terça-feira, 15 de setembro de 2015

Comissão aprova indicação de Paulo Salles para a Adasa

Novo presidente diz que vai trabalhar pela preservação das bacias hidrográficas do DF
A indicação do atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Paulo Salles, para exercer o cargo de diretor presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal - Adasa, foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo, da Câmara Legislativa, na reunião extraordinária desta terça-feira (15), convocada exclusivamente para a arguição prevista na Lei Orgânica do DF. Caso a indicação de Salles seja aprovada em plenário, ele terá um mandato de cinco anos à frente da Adasa.
Em sua exposição inicial, Paulo Salles detalhou os "desafios" que pretende enfrentar na gestão da Adasa, enfatizando, por exemplo, que a relação de trabalho entre a agência reguladora e a empresa regulada deve "ocorrer em ambiente de cooperação" no sentido de garantir a oferta de água com qualidade aos usuários.  
Salles ressaltou que um dos seus objetivos prioritários será a preservação das bacias hidrográficas do DF, estimulando inclusive o processo de educação ambiental nas escolas. "Gostaria também de fazer saneamento rural", exortou, defendendo também a utilização de água potável do Lago Paranoá.
"Aqui no DF estamos no fio da navalha, pois temos uma seca forte prolongada seguida de uma estação com a alternância de muitas chuvas, o que tem gerado a ocorrência de enchentes que comprometem a rede de
esgotos, prejudicada com a impermeabilização crescente do solo e a erosão", explicou, anunciando a necessidade de investimento na sustentabilidade do meio ambiente no DF.
O deputado Chico Vigilante (PT) comentou que não faria perguntas ao indicado, em razão do vasto currículo de Salles como especialista naquela área, mas criticou a omissão das agências reguladoras do País na fiscalização de abusos cometidos pelas empresas prestadoras dos serviços à população.
O distrital Joe Valle (PDT) concordou com Vigilante, lembrando que os "acordos políticos" para a indicação dos gestores públicos têm prejudicado não apenas as agências reguladoras, mas o funcionamento da administração públicas como um todo. O deputado também cobrou ênfase na "educação ambiental, voltada ao processo de prevenção e não apenas um trabalho reativo".  
Os distritais Rodrigo Delmasso (PTN) e Cristiano Araújo (PTB), que presidiu a sessão de arguição, destacaram que a indicação do governador Rollemberg foi fundamentada pela escolha de um nome técnico, com vasto currículo especializada na gestão de recursos hídricos. Joe Valle (PDT) também parabenizou a indicação de Salles.

Política – Durante a arguição, a deputada Liliane Roriz (PRTB) pediu vistas do processo para avaliar o currículo do indicado. Logo em seguida, a parlamentar retirou o pedido e votou favorável ao nome, fazendo, contudo, a ressalva de ser esta uma "indicação política". Liliane lembrou que a Adasa foi criada durante a gestão de seu pai, Joaquim Roriz, com o objetivo de regulamentar o uso da água no DF, considerada hoje uma "agência de excelência". Segundo a deputada, a agência atingiu esse grau de reconhecimento nacional porque "nunca teve vínculo político, mas técnico".
O relator do parecer na comissão, deputado Cristiano Araújo (PTB), disse que Paulo Salles pediu sua desfiliação partidária antes de se submeter à sabatina. Em seu parecer, o deputado alegou que o indicado "possui o currículo necessário" para ocupar o cargo.

Zildenor Ferreira Dourado e Franci Moraes - Coordenadoria de Comunicação Social


Fonte: CLDF