quarta-feira, 1 de julho de 2015

Deputados da CCJ divergem sobre projeto que muda tramitação das PECs

Pelo texto, o colegiado passa a ter competência para examinar o mérito e não apenas a admissibilidade das propostas
Deputados da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) discordaram, nesta terça-feira (30), sobre o projeto (PRC 191/09) que dá ao colegiado competência para examinar o mérito de propostas de emenda à Constituição (PECs).
Atualmente, a CCJ analisa somente a admissibilidade das PECs – cumprida essa etapa, é criada uma comissão especial especificamente para emitir parecer sobre o conteúdo das propostas.
De autoria do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o projeto discutido hoje altera o Regimento Interno da Casa e extingue o processo de criação das comissões especiais.
Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a proposta é temerária.
"Eu fico muito preocupado com essa simplificação [da tramitação das] PECs. Em uma comissão especial há convocação de várias audiências públicas, as pessoas que são designadas para a comissão especial vão focadas nesse
assunto, e se nós vamos discutir aqui na CCJ, além da admissibilidade, o mérito, sem a necessidade de uma comissão especial, eu acho temerário."
Já para o deputado Rubens Pereira Júnior, do PCdoB do Maranhão, o objetivo é fortalecer a CCJ.
"Este projeto de resolução tem por objetivo fortalecer a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, naquilo que o deputado Arnaldo Faria de Sá disse: a comissão mais importante da Casa. Ou seja, você especificar o debate trazendo para cá, na verdade, você está protegendo a própria Constituição Federal. O que, na verdade, irá proteger esta Casa de comissões especiais esvaziadas."
Diante do impasse, o relator da matéria, deputado Esperidião Amin, do PP catarinense, pediu que o texto fosse retirado de pauta.
"Eu também tenho dúvida em como conciliar lógica, propriedade, adequação, com cautela, seja pela via do quórum, seja pela via das audiências públicas, seja pela via do dia próprio para apreciar só PECs. Mas, eu acho que essa cautela é muito importante, por isso eu peço o adiamento por duas sessões."
Ainda não há data definida para a CCJ voltar a examinar o projeto de resolução.
Reportagem – Thyago Marcel

Fonte: Radio Câmara