terça-feira, 28 de julho de 2015

Câmara estuda exclusão de dados na Internet de usuários falecidos

Um projeto em discussão na Câmara permite que familiares excluam da internet dados de usuários já falecidos (PL 1331/15). A proposta altera o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14), incluindo essa possibilidade para cônjuges e ascendentes e descendentes até terceiro grau. Hoje, a legislação exige que a exclusão de um perfil no Facebook ou conta no Google, por exemplo, seja solicitada apenas pelo titular dos mesmos.
A proposta já foi aprovada pela Comissão de Ciência e Tecnologia. O relator, deputado Vitor Lippi, do PSDB paulista, apresentou emendas para que a exclusão dos dados pessoais possa ser feita por meio eletrônico, acompanhada de certidão de óbito digitalizada. Essa medida, segundo o deputado, é para
garantir que os provedores de conteúdo não façam uso de manobras burocráticas, como exigir a presença física dos responsáveis para fazer a exclusão dos dados. No texto, Vitor Lippi também estipulou prazo de sete dias, contados da data de recebimento da solicitação, para que o responsável apague os dados: "Portanto, é uma medida simples, desburocratizada, que vai deixar claro qual o procedimento, o mais simples possível, para que as pessoas possam tirar os dados dos seus familiares da Internet, quando assim entenderem necessário".
O presidente do Instituto de Direito Digital, Frederico Meinberg, avalia, no entanto, que a lei deveria dar a opção aos familiares de administrarem os dados: "Vamos imaginar uma situação: a mãe, a matriarca de uma família, morreu e ela tem uma conta no Facebook e essa família muitas vezes não quer excluir esses dados, quer manter essa conta de Facebook como uma homenagem àquela mãe que faleceu. O projeto de lei e o marco civil falam em exclusão de dados. Eu acredito que o melhor seria dar essa opção aos herdeiros daquela pessoa falecida administrar os dados que ela postou durante uma vida inteira na Internet".
O projeto que permite a familiares excluírem da internet dados de pessoas falecidas será analisado agora na Comissão de Constituição e Justiça.
 
Reportagem - Geórgia Morae