terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Governo federal corteja aliados para evitar derrotas em votações

Por temer uma derrota na votação do ajuste fiscal e a fim de evitar problemas na CPI da Petrobras, Planalto escala ministros para conversas com o PMDB e dará prioridade à legenda na montagem do segundo escalão

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 líderes peemedebistas na sequência



O risco de uma derrota fragorosa nas votações do ajuste fiscal encaminhado ao Congresso fez com que o governo capitulasse ao PMDB. A legenda deverá ter prioridade no debate dos cargos do segundo escalão federal, paralisado desde que as novas mesas diretoras do Congresso foram eleitas, no início de fevereiro. Em troca, o Planalto e o PT torcem para que os peemedebistas apoiem as propostas
econômicas encaminhadas ao Congresso e não se aliem à oposição para complicar a vida do Executivo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na CPI da Petrobras.


“Estamos buscando recompor a base aliada e isso jamais será possível se não nos reconciliarmos com o principal partido da coligação, o PMDB”, afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele fez um périplo peemedebista ontem. Encontrou-se com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), almoçou com o líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ) e correu, no fim do dia, para reunir-se com o vice-presidente Michel Temer. Cunha também reuniu-se no Planalto com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Guimarães estava no encontro da corrente majoritária do PT na última sexta-feira, onde foi diagnosticado que, se o governo não reconstruir as pontes com o PMDB, ficaria isolado e seria engolfado pelo principal aliado. Com a presença do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, os petistas avaliaram que esgarçar as relações com o PMDB seria o primeiro passo para atirar o aliado no colo da oposição. “Se eles se bandearem para o outro lado, corremos o risco de ver o Lula convocado para depor na CPI da Petrobras”, disse um petista, lembrando que o ex-presidente já vem aparecendo nos jornais como “lobista” dos interesses das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.


Fonte: Eixo capital