sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Feminicídio pode ser transformado em homicídio qualificado

Anúncio foi feito pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, após reunião com o presidente da Câmara.
Deve ser votada na próxima semana a proposta (PL 8305/14) que modifica o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) para incluir entre os tipos de homicídio qualificado o feminicídio, definido como o assassinato de mulher por razões de gênero. Esse crime também passará a ser crime hediondo, o que eleva a pena para o culpado.
A informação foi dada nesta quinta-feira (26) pela ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, após
reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e deputadas da Secretaria da Mulher da Câmara.
"Com o presidente foi exatamente para acertar que ele colocará na semana que vem, terça-feira ou quarta em votação, para que no dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, o Brasil passe a integrar os países que têm a tipificação do crime contra as mulheres em lei."
Segundo a proposta, há razões de gênero quando o crime envolve violência doméstica e familiar, ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher. A pena prevista para homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.
A ministra Eleonora Menicucci também veio defender uma proposta (PEC 590/06) que obriga a Mesa Diretora da Câmara e do Senado a ter em sua composição ao menos uma mulher. Cunha já tinha se comprometido com a bancada feminina a colocar o texto em votação na Semana da Mulher.
A última proposta defendida pela ministra foi a que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (PL 7371/14). De acordo com ela, todas as propostas deverão ser votadas pelo Plenário em março.
O presidente Eduardo Cunha também recebeu nesta quinta-feira (26), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Ele veio defender as medidas provisórias (664/14 e 665/14) que tratam de direitos trabalhistas e previdenciários. As duas medidas alteram regras de concessão de benefícios a trabalhadores, como o seguro desemprego e a pensão por morte. As propostas já receberam mais de 700 emendas e têm sido questionadas por parlamentares tanto da oposição quanto da base do governo.
Segundo Barbosa, as medidas são apenas uma parte de um pacote de medidas para o ajuste fiscal tomadas pelo governo, que têm focado, principalmente, a redução de despesas.
"Todas essas medidas têm sido bem distribuídas, algumas mais sobre empresas, algumas de aperfeiçoamento de programas sociais e a maior parte delas sobre o gasto discricionário da União."
Na terça-feira (24), Eduardo Cunha disse que a instalação das comissões mistas para analisar as medidas provisórias está muito atrasada. Segundo ele, é preciso dar uma sinalização para os mercados econômicos sobre essas medidas, que fazem parte do pacote de ajuste fiscal do governo.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, também esteve com o presidente da Câmara, mas apenas para uma visita de cortesia.
Reportagem — Tiago Miranda


Fonte: RADIOAGÊNCIA