Governador do DF
disse que pagamento será feito com arrecadação própria. Déficit identificado é de R$ 3,1
bilhões, mas deve chegar a R$ 3,6 bilhões.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou nesta
quarta-feira (7) que os salários dos servidores públicos do DF serão pagos até
o fim da semana que vem. Nesta terça, a equipe econômica do GDF anunciou que não seria possível garantir o
pagamento dos servidores na próxima quinta-feira (8). As contas
públicas devem fechar o mês de janeiro com um déficit ainda maior que o
identificado até o momento, segundo o governo.
"Os servidores serão pagos. Não temos como garantir amanhã porque
o repasse do Fundo Constitucional é insuficiente para o pagamento da área da
saúde e educação, mas com a arrecadação própria do GDF que vai entrar nos
próximos dias, eu diria que, com convicção, que até o final da semana que vem
nós faremos os pagamentos", afirmou Rollemberg durante a cerimônia de
posse do novo comandante-geral da PM, Florisvaldo Ferreira César.
Para ajudar no saneamento das contas e garantir o
pagamento dos
trabalhadores, o GDF aguarda resposta do governo federal sobre uma antecipação
de R$ 412 milhões do Fundo Constitucional. Na segunda (5), membros do governo
local se reuniram com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na terça (6), o
encontro foi com o chefe da Previdência, Carlos Gabas.![]() |
Vencedora do carnaval do DF será conhecida nesta quinta-feira (Foto: Reprodução/TV Globo) |
Carnaval
Rollemberg também afirmou que o governo não vai destinar verba pública para a realização do carnaval de 2015 por "uma questão de prioridade". O corte inclui o montante que seria repassado às escolas de samba e blocos tradicionais, e também incide sobre a estrutura e os profissionais que seriam mobilizados para dar suporte aos blocos de rua.
Rollemberg também afirmou que o governo não vai destinar verba pública para a realização do carnaval de 2015 por "uma questão de prioridade". O corte inclui o montante que seria repassado às escolas de samba e blocos tradicionais, e também incide sobre a estrutura e os profissionais que seriam mobilizados para dar suporte aos blocos de rua.
"Nesse momento em que estão faltando medicamentos e que alguns
serviços básicos estão interrompidos e que milhares de trabalhadores ainda não
receberam seus salários, nós consideramos que, por uma questão de prioridade,
nós não devemos utilizar recurso público para financiar o carnaval", afirmou
o governador do DF.
Nesse
momento em que estão faltando medicamentos e que alguns serviços básicos estão
interrompidos e que milhares de trabalhadores ainda não receberam seus
salários, nós consideramos que, por uma questão de prioridade, nós não devemos
utilizar recurso público para financiar o carnaval"
Rodrigo
Rollemberg,
governador do DF
governador do DF
Rollemberg afirmou que a decisão foi tomada "com tristeza".
"Eu digo isso com muita tristeza, todos sabem que eu gosto de carnaval e
que é uma festa importante na cultura da cidade, mas todos também estão vendo a
situação que nós herdamos de muita dificuldade financeira."
A decisão foi tomada pelo próprio governador, Rodrigo Rollemberg, após
uma conversa com secretários que compõem o grupo "Governança DF",
criado para avaliar as contas públicas da capital. Em coletiva durante a tarde,
a equipe econômica do GDF divulgou um rombo previsto de R$ 3,6 bilhões para o
fim de janeiro, baseado no déficit de R$ 3,1 bilhões que foi entregue pela
gestão anterior.
Sem garantia dos recursos, as escolas de samba do Distrito
Federal chegaram a
propor a mudança do período dos desfiles para abril, mas a proposta não teve
consenso entre os organizadores.
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Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg em reunião com secretariado (Foto: TV Globo/Reprodução) |
Déficit
Segundo dados apresentados nesta terça pelo secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, a nova gestão já identificou um rombo de R$ 3,166 bilhões, herdado da gestão anterior, mas prevê chegar ao fim do mês devendo R$ 3,519 bilhões. “O [salário] da segurança será pago porque vem direto do governo federal no Fundo Constitucional. Para saúde e educação, sobram R$ 553 milhões federais para pagar R$ 1,1 bilhão”, disse Colombini.
De acordo com o secretário de Gestão Administrativa e
Desburocratização, Antônio Paulo Vogel, o total de servidores da saúde e da
educação com algum atraso salarial de 2014 chega a 117 mil. A secretária de
Planejamento, Leany Lemos, afirmou que os esforços de governo são para “pagar
os salários desta gestão em dia” e que, por isso, os 13º salários e benefícios
atrasados não serão a primeira coisa a ser quitada com os novos aportes.
Segundo balanço preliminar do GDF, em janeiro as despesas chegam a R$
2,44 bilhões, mas a receita prevista é de apenas R$ 2,09 bilhões. A diferença
de R$ 330 milhões, segundo o governo, é explicada pelos salários e benefícios
que ficaram pendentes do ano anterior.
Como o caixa está “zerado”, a diferença passa a integrar a dívida
pública e continua sendo acumulada, em uma espécie de "efeito
cascata". Os valores divulgados não incluem as despesas que tiveram
liberação de pagamento cancelada, ou seja, que foram engavetadas. Com a adição
desse número, o déficit real pode ser ainda maior.
Fonte:
G1