O PMDB vive um conflito interno sobre a
possibilidade de apoiar o Buriti. O partido é alvo dos aliados do governador
Rodrigo Rollemberg, que gostaria de contar com os três votos dos distritais
eleitos. A encrenca envolve ainda a participação dos distritais peemedebistas
na Mesa Diretora da Câmara.
A fórmula a ser adotada pelos peemedebistas tenta
combinar a postura de independência desejada pelo presidente regional Tadeu
Filippelli, potencial candidato ao Buriti em 2018, com a postura dos
distritais, que gostariam de participar do governo.
Na mesa diretora
A adesão ao Buriti não agrada a Tadeu
Filippelli, ex-vice-governador, e nem mesmo uma interferência do Executivo para
abrir vagas na Mesa. Filippelli julga que o partido foi desrespeitado ao
não ter espaço na Mesa Diretora.
“A necessidade de espaço aos deputados é uma
obrigação, coisa que o governo não respeitou”, acusa Filippelli, que reitera
que o partido não vê outro caminho que não seja ficar na independência. “O
espaço para o PMDB foi negado, durante a eleição para a Mesa. O governo deveria
ter vergonha pelo desastre que ele criou ao deixar-nos fora”, completa o
presidente regional.
A manobra para abrir agora uma vaga na Mesa esbarra
na exigência, nunca feita de modo formal, de que o PMDB passe em contrapartida
a integrar a base de apoio ao governador Rodrigo Rollemberg. “Há, sim,
interesse de um colega, mas essa ideia só irá à frente se não gerar prejuízo
para o PMDB e para o bloco hoje formado com o PTB e o PP”, explica o distrital.
O nome, segundo ele, seria de Robério Negreiros
(PMDB), que afirma desconhecer negociações sobre o caso. A manobra é negada
pelo líder do PMDB na Casa, Wellington Luiz, mas ele deixa abertas outras
possibilidades para que haja um rearranjo na Câmara.
Cargos em jogo
O apoio ao governo envolveria, claro, a cessão de
cargos no executivo para indicação dos distritais do PMDB. Haveria, assim, a
participação deles no Governo.
Em um primeiro momento, Filippelli reagiu. Chegou a
acusar integrantes da bancada de procurar apenas ajudar os negócios de sua
família com o Buriti. Abrandou agora sua postura.
Negociação vai devagar, afirma líder do governo
O líder do governo na Câmara Legislativa, Raimundo
Ribeiro, afirma que as negociações para a integração do PMDB à base do
governador estão paralisadas no momento, mas confirma que a hipótese foi
levantada.
“Foi examinada a hipótese de ter o PMDB na Mesa
Diretora, mas para isso o partido faria parte da base. Queremos ter o partido
na base, mas isso dentro de um clima que seja propício”, afirma o tucano.
Ribeiro ressalta que, no momento, uma mudança na
Mesa Diretora seria difícil, já que a decisão sofre resistências e teria que
ser negociada não apenas entre ele — que abriria mão de sua vaga de primeiro
secretário —e o PMDB, mas obter aprovação de outros partidos da base.
“A ideia sofre resistência do próprio PSDB, além da
proposta ter que ser discutida com os 15 deputados governistas, por meu nome
ter sido fruto de um entendimento entre todos”, declara o líder do governo, que
completa: “Cada um teria que ser consultado, incluindo o Agaciel Maia (PTC),
que é o suplente da 1ª Secretaria”.
Ele afirma ainda, que os parlamentares que fazem
parte da base acreditam que não é necessário a renúncia de qualquer membro da
Mesa para que o PMDB passe a integrar a base, por isso Ribeiro busca outra
alternativa para atrair os peemedebistas.
“Podemos realizar uma séria de outros atos
concretos para que o PMDB apoie o governo. Ficamos sabendo que, há um tempo, o
partido teve o desejo de fazer parte da base e nós também temos de que isso
ocorra”, conclui Ribeiro.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília