sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Participação no novo governo cria conflito interno no PMDB brasiliense

O PMDB vive um conflito interno sobre a possibilidade de apoiar o Buriti. O partido é alvo dos aliados do governador Rodrigo Rollemberg, que gostaria de contar com os três votos dos distritais eleitos. A encrenca envolve ainda a participação dos distritais peemedebistas na Mesa Diretora da Câmara. 
A fórmula a ser adotada pelos peemedebistas tenta combinar a postura de independência desejada pelo presidente regional Tadeu Filippelli, potencial candidato ao Buriti em 2018, com a postura dos distritais, que gostariam de participar do governo. 
Na mesa diretora
A adesão ao Buriti não agrada a  Tadeu Filippelli, ex-vice-governador, e nem mesmo uma interferência do Executivo para abrir vagas na Mesa. Filippelli  julga que o partido foi desrespeitado ao não ter espaço na Mesa Diretora.
“A necessidade de espaço aos deputados é uma
obrigação, coisa que o governo não respeitou”, acusa Filippelli, que reitera que o partido não vê outro caminho que não seja ficar na independência. “O espaço para o PMDB foi negado, durante a eleição para a Mesa. O governo deveria ter vergonha pelo desastre que ele criou ao deixar-nos fora”, completa o presidente regional.
A manobra para abrir agora uma vaga na Mesa esbarra na exigência, nunca feita de modo formal, de que o PMDB passe em contrapartida a integrar a base de apoio ao governador Rodrigo Rollemberg. “Há, sim, interesse de um colega, mas essa ideia só irá à frente se não gerar prejuízo para o PMDB e para o bloco hoje formado com o PTB e o PP”, explica o distrital.
O nome, segundo ele, seria de Robério Negreiros (PMDB), que afirma desconhecer negociações sobre o caso. A manobra é negada pelo líder do PMDB na Casa, Wellington Luiz, mas ele deixa abertas outras possibilidades para que haja um rearranjo na Câmara. 
Cargos em jogo
O apoio ao governo envolveria, claro, a cessão de cargos no executivo para indicação dos distritais do PMDB. Haveria, assim, a participação deles no Governo.
Em um primeiro momento, Filippelli reagiu. Chegou a acusar integrantes da bancada de procurar apenas ajudar os negócios de sua família com o Buriti. Abrandou agora sua postura.
Negociação vai devagar, afirma líder do governo

O líder do governo na Câmara Legislativa, Raimundo Ribeiro, afirma que as negociações para a integração do PMDB à base do governador estão paralisadas no momento, mas confirma que a hipótese foi levantada.

“Foi examinada a hipótese de ter o PMDB na Mesa Diretora, mas para isso o partido faria parte da base. Queremos ter o partido na base, mas isso dentro de um clima que seja propício”, afirma o tucano.

Ribeiro ressalta que, no momento, uma mudança na Mesa Diretora seria difícil, já que a decisão sofre resistências e teria que ser negociada não apenas entre ele — que abriria mão de sua vaga de primeiro secretário —e o PMDB, mas obter aprovação de outros partidos da base.

“A ideia sofre resistência do próprio PSDB, além da proposta ter que ser discutida com os 15 deputados governistas, por meu nome ter sido fruto de um entendimento entre todos”, declara o líder do governo, que completa: “Cada um teria que ser consultado, incluindo o Agaciel Maia (PTC), que é o suplente da 1ª Secretaria”.
Ele afirma ainda, que os parlamentares que fazem parte da base acreditam que não é necessário a renúncia de qualquer membro da Mesa para que o PMDB passe a integrar a base, por isso Ribeiro busca outra alternativa para atrair os peemedebistas.

“Podemos realizar uma séria de outros atos concretos para que o PMDB apoie o governo. Ficamos sabendo que, há um tempo, o partido teve o desejo de fazer parte da base e nós também temos de que isso ocorra”, conclui  Ribeiro.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília