quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Com deficit de R$ 3,5 bilhões, GDF precisa de um ano para se recuperar

Equipe de Rollemberg apresenta um cenário de profundas dificuldades financeiras e risco de atrasos nos salários dos servidores. Não há garantia de que a folha de pagamentos de dezembro será quitada nesta semana. Meta é aumentar a arrecadação
O diagnóstico apresentado ontem pelo Governo do Distrito Federal (GDF) mostra um cenário de crise para 2015. Com um deficit de pelo menos R$ 3,5 bilhões a ser acumulado até o fim deste mês, ainda com possibilidade de aumento, a previsão é que a equipe econômica de Rodrigo Rollemberg (PSB) demore todo o ano para conseguir normalizar a situação das contas públicas. O quadro atual, de acordo com secretários de quatro áreas centrais da administração, é tão grave que nem o pagamento dos servidores públicos está garantido para amanhã, quinto dia útil do mês. Ainda que finalizar a folha de dezembro do ano passado (que soma mais de R$ 1,2 bilhão) seja a principal meta, não há segurança de que a obrigação será cumprida.

Para tentar diminuir o rombo, uma das medidas será ampliar a base de arrecadação de impostos. “São números preliminares. Mas estes já dão uma sinalização muito forte de que a situação financeira é ruim. As dificuldades serão grandes nos
primeiros meses para cumprir nossas obrigações, que são reverter para a sociedade aquilo que se arrecada. Nos primeiros meses, isso vai ser praticamente impossível”, avaliou o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini. “Não temos a garantia de que os salários serão pagos dia 8”, resumiu. Ele não quis estabelecer data para que a situação fique próxima da normalidade. “Não há possibilidade de resolver esse problema a curto prazo. É um deficit muito grande. A situação é crítica. É gravíssima”, acrescentou.


Mas o titular da Casa Civil, Hélio Doyle, calculou que talvez seja necessário um ano para melhorar a situação. “Existem contas a pagar todos os meses e recebemos um deficit. É um efeito cascata. Houve um descontrole no governo passado, que aumentou as despesas sem ter receita para saldá-las”, disse. Colombini e Doyle concederam coletiva de imprensa, no Palácio do Buriti, ontem à tarde, acompanhados de colegas de outras áreas fundamentais do governo: Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos; e Gestão Administrativa e Desburocratização, Antônio Paulo Vogel.

Se existe indefinição em relação à folha de dezembro, pior ainda é o cenário para os salários atrasados de novembro do ano passado e um terço de férias de servidores da Saúde e Educação, além do 13º salário de várias categorias, que são pagos no mês de aniversário do servidor. Para esses casos, não há previsão alguma. Os terceirizados estão na mesma situação. “A prioridade é pagar a folha (de dezembro)”, disse Leany.


Fonte: Correio Braziliense