Sem apresentar propostas, Gim e Magela se
uniram para criticar o concorrente
Reguffe exigiu que uma das regras do debate fosse
alterada. Os demais candidatos e a Tv Recod concordaram com a
mudança. No entanto, mesmo com as alterações, o candidato não quis participar.
Os outros dois candidatos mais bem colocados nas
pesquisas, Geraldo Magela (PT) e Gim Argello (PTB), aproveitaram a ausência do
adversário e deixaram clara a tentativa de desconstruir a imagem de político
honesto vendida por Reguffe...
Não houve nenhum embate entre os dois e foram
poucos os momentos em que Magela e Gim apresentaram propostas ou ideias.
Durante praticamente todo o debate, os dois desafiavam Reguffe e criticavam a
desistência do candidato.
Gim não poupou críticas nem acusações. Em vários
momentos afirmou que Reguffe perderia as eleições justamente por ter “fugido”
do debate.
— Ele perdeu a eleição hoje aqui porque ninguém
quer alguém que não tem coragem de se colocar. Que dia que ele teve de
enfrentar o plenário? E que dia que ele teve de enfrentar o Congresso de
frente? Você [Reguffe] cometeu um erro mortal. Você perdeu
a eleição hoje, você
não vem, porque você é falso moralista, você é um blefe na política.
Magela também enfatizou seu repúdio à ausência do
principal adversário. O petista desafiou Reguffe a organizar um debate com suas
próprias regras e convidar os oponentes para provar que não tem “medo” do
confronto.
— É medo da verdade. É um candidato fujão, medroso,
tem medo do debate e do confronto de ideias. Ele acha que já ganhou a eleição e
que vai ser nomeado, mas agora é que o eleitor vai começar a pensar.
Preocupação com a imagem
Tanto Magela como Gim acusaram Reguffe de criar um
personagem de “bom moço”. Segundo os candidatos que participaram do debate, o
líder das pesquisas se preocupa muito com a imagem e tenta interferir no
trabalho da imprensa para que nada prejudicial seja publicado contra ele.
Todas as perguntas feitas no confronto direto entre
os candidatos envolviam uma acusação contra Reguffe. A denúncia de que ele
trabalhava no gabinete de um tio e que fez parte da equipe de Arruda quando ele
era senador foram as que mais repercutiram.
De acordo com Gim, Reguffe trabalhava no gabinete
de Arruda, mas só aparecia no fim do mês para assinar o ponto.
— Ele criou um personagem para enganar todo mundo.
Ele vive no telefone pedindo para não apanhar: “não me bate não”. Quem é
jornalista sabe do que eu estou falando. Ele trabalhou no gabinete do tio,
trabalhou no gabinete do Arruda como funcionário fantasma. Não vamos votar num
blefe desse, não podemos votar num falso moralista.
O candidato Magela também levantou questões do
passado de Reguffe, afirmando que apesar ele se vender como um expoente na nova
política, é herdeiro de uma tradicional família de políticos do Ceará.
— Reguffe tem escondido seu passado, esconde sua
família, rica, de políticos tradicionais do Ceará. Quer passar a ideia de que
não tem nada a ver com a velha política, mas, deveria estar aqui debatendo. Eu
fui a todos os debates, ele não foi a nenhum, ele tem fugido porque tem medo da
verdade. Quem tem medo da verdade não pode nos representar no Senado
Federal.
Vergonha do partido e omissão de patrimônio
Gim e Magela somente responderam perguntas sobre
suas propostas quando foram questionados pelos jornalistas da TV Record e
do R7 DF. Magela teve de explicar porque está omitindo a camisa
vermelha do PT de sua campanha e se as denúncias de corrupção contra o partido
o envergonham.
O petista garantiu que tem orgulho da estrela de
sua agremiação e que sente orgulho do governo do PT.
— Acho que não ficaria bem eu vim para televisão
com camisa vermelha enquanto estão todos tão alinhados. A camisa vermelha eu
uso na rua, uso em casa, tenho muito orgulho do que o PT fez no nosso País.
Já o candidato Gim foi questionado sobre seu
suposto patrimônio de R$ 1 bilhão e sobre como seria sua relação com governo,
caso fosse eleito e a presidente Dilma também, já que ele rompeu com a base
aliada.
Gim negou que seja bilionário, afirmou que seu
patrimônio está devidamente declarado e disse não se preocupar com quem será o
presidente porque tem muito conhecimento do Senado para conseguir verbas para o
Distrito Federal, independentemente do governo.
— Queria que fosse verdade [o patrimônio de R$ 1
bilhão]. O que eu tenho de patrimônio está declarado. Tudo na minha vida eu
tive que provar. O que eu acho muito bacana, porque a cidade toda sabe
quem eu sou e de onde eu vim.
Apesar de dizer não estar preocupado com as
eleições presidenciais, Gim deixou claro seu apoio ao candidato do PSDB, Aécio
Neves.
Fonte: Portal R7, em
Brasília. Por CAROLINA MARTINS - 28/09/2014