Dez dias após o início da
campanha eleitoral, começou a polarização entre os candidatos Agnelo Queiroz
(PT) e José Roberto Arruda (PR). Os dois fizeram nessa quinta-feira (17/7)
discursos trocando acusações e duríssimas críticas. Depois de a Procuradoria
Regional Eleitoral ter impugnado o registro do concorrente do PR com base na
Lei da Ficha Limpa, a coligação de Arruda entrou com uma ação de investigação
judicial eleitoral contra a chapa encabeçada pelo petista. O argumento do
ex-governador é de que o atual chefe do Palácio do Buriti teria usado a máquina
pública para fins eleitorais.
Na manhã de ontem, depois de participar de um
evento com representantes do movimento hip-hop, Agnelo Queiroz avaliação
jurídica do adversário. “A Justiça vai fazer a sua análise, mas, na minha
visão, ficha suja não pode participar de eleição”, afirmou. Ele, no entanto,
disse que quer enfrentar o adversário nas urnas. “Mas gostaria que o nosso povo
pudesse demonstrar isso. Um cidadão que envergonha uma cidade, humilha uma
cidade perante o Brasil e o mundo, tem a cara de pau de se apresentar de
novo
para governar uma cidade depois da destruição que ele fez”, disse o governador.Depois
do discurso de Agnelo, o ex-governador Arruda rebateu a fala do petista. “Pela
primeira vez, eu concordo com o governador Agnelo, quando ele diz que o povo
tem que decidir. E tem mesmo. Ele está acostumado a ganhar no tapetão, de W.O.,
mas eu desafio o governador para um debate, para comparar o meu governo com o
dele’, comentou José Roberto Arruda. “Mas ele é um governador frouxo e
preguiçoso, com a maior rejeição, que envergonha Brasília”, disparou, numa
estratégia para duelar a disputa eleitoral com o atual governador do DF.
Ação
judicial
Em uma ação protocolada ontem no
Tribunal Regional Eleitoral, a coligação de Arruda alega que Agnelo e o
vice-governador Tadeu Filippelli teriam usado “uma sequência de ações e
práticas deliberadamente voltadas a conferir musculatura à candidatura do então
pré-candidato ao GDF, bem como colocá-lo em vantagem frente aos eventuais
postulantes ao cargo em disputa”. De acordo com a ação, assinada pelo advogado
de Arruda, Francisco Emerenciano, o governo usa a propaganda institucional ou
de programas assistenciais em benefício da campanha.
O advogado de Agnelo Queiroz,
Luís Carlos Alcoforado, garantiu que o governador apresentará as suas razões
assim que for notificado. Para ele, a ação é uma tentativa de tumultuar o processo
eleitoral depois que Arruda foi impugnado pelo Ministério Público sob o
fundamento de ter sido condenado em segunda instância. “Essa é uma tentativa de
criar um sentimento de precariedade, de dúvida, é uma tática que conspira
contra a verdade dos fatos. Essas teorias conspiratórias têm como finalidade
tentar nivelar as pessoas como se elas tivessem o passado igual. Mas o
resultado será manifestamente inócuo”, afirmou Alcoforado.
Fonte: Estação Noticias