Um terço dos Estados trocará de governador, mas número de políticos que
deixarão Executivos pode subir para nove
Quase um terço dos 27 Estados do país terá novos governadores a
partir de sexta-feira. Pelo menos sete governantes eleitos em 2010 vão
renunciar nesta quinta para disputar outros cargos, mas o número pode aumentar
subir para nove. Todos que deixarão os cargos eletivos fazem parte do rol de
doze governadores que já foram reconduzidos ao cargo e, por isso, não podem se
candidatar à reeleição - três políticos decidiram permanecer no posto até
dezembro e ficarão sem mandato a partir de 2015...
Pela legislação, chefes de Executivo devem deixar o
posto até seis meses antes da votação na qual concorrerão a posto no
Legislativo ou em outra esfera do poder Executivo. Nessa
situação está o governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à
Presidência da República. Os demais governadores que
renunciarão nesta quinta
pretendem disputar cargos no Congresso - geralmente o Senado - ou permitir que
parentes possam se candidatar. O governante só pode permanecer no cargo se
concorrer à reeleição - caso de quinze atuais chefes de Executivos estaduais.
Dois governadores deixaram para a última hora o
anúncio de seu futuro político. No Ceará, Cid Gomes (PROS) vai aproveitar a
inauguração de uma policlínica para dizer se deixa o governo ou não nesta
quinta-feira. Ele estará ao lado de Ciro, seu irmão e secretário estadual de
Saúde. Cid precisa renunciar para ser candidato a senador ou para que Ciro
dispute essa vaga, embora o ex-ministro não goste da ideia. No entanto, o
governador teme perder o controle da máquina estadual, fundamental para eleger
seu sucessor, e por isso poderia ficar até o fim do mandato. Cid ainda não
anunciou quem vai apoiar como candidato à sucessão.
Situação semelhante vive Roseana Sarney (PMDB) no
Maranhão. O mais provável é que a Roseane renuncie e dispute uma vaga no Senado.
Esse teria sido um pedido feito pelo seu pai, o senador José Sarney, que deve
concorrer à reeleição pelo Amapá.
O grupo dos que vão cumprir o mandato até o fim é
formado pelo tucano Teotonio Vilela (Alagoas), pelo peemedebista Silval Barbosa
(Mato Grosso) e pelo petista Jaques Wagner (Bahia). Wagner deve integrar
o núcleo da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em caso de
vitória, ele provavelmente será promovido a ministro pela presidente, caso ela
vença a disputa.
Era Cabral - Quem já confirmou a renúncia para esta
quinta é o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que governou por quase uma
décasa. Cabral ficou no posto entre 2007 e 2014. Ele vai abrir espaço para o
vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ganhar visibilidade na disputa pelo Palácio
Guanabara. Cabral deve tentar voltar ao Senado, mas a queda de popularidade
desde os protestos de 2013 tornaram o futuro do peemedebista imprevisível.
Em Minas, Antonio Anastasia (PSDB) já oficializou a
renúncia ao mandato, mas ainda não confirmou se disputará o Senado.
Oficialmente, o tucano trabalhará na elaboração do plano de governo do
pré-candidato à Presidência, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB).
Nos quinze Estados em que o governador pode se
reeleger, quase todos serão candidatos. Mas duas exceções estão previstas. No
Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini quer ser candidata, mas o DEM, seu
partido, pode preferir apoiar outra sigla. Nas últimas pesquisas eleitorais,
Rosalba é a governadora mais mal avaliada do País, com apenas 7% de aprovação.
No Tocantins, o tucano Siqueira Campos não disse se vai ou não concorrer à
reeleição. Especula-se que ele renuncie para dar lugar na chapa ao filho,
Eduardo.
(Com Estadão Conteúdo)
Fonte:
Revista Veja