Objetivo é incentivar vítimas e testemunhas a denunciar crimes
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Passageiros se apertam para viajar em ônibus lotado em Brasília (Alkis Konstantinidis/EFE) |
Depois de a Polícia Civil prender dezenove pessoas no
Metrô de São Paulo acusadas de abusar de mulheres, o Distrito Federal vai
lançar nesta segunda-feira uma campanha para encorajar passageiros a denunciar
abusos sexuais em transporte público. Com o tema “assédio sexual no ônibus é
crime”, a ação pretende incentivar passageiros a defender a vítima e denunciar
o crime. ...
A campanha do Distrito Federal pretende instruir e
mostrar que o assédio é crime e pode ser enquadrado como “importunação ofensiva
ao pudor” e até “estupro”, que podem levar o autor à prisão. Os números de
pessoas assediadas no transporte público do Distrito Federal ainda não foram
divulgados, mas a Secretaria da
Mulher afirma que poucos casos de abusos desse
tipo casos são denunciados.
Em depoimentos colhidos pela polícia do Distrito
Federal é possível ver que muitas das mulheres assediadas não sabem exatamente
o que é crime. Eles também mostram que as testemunhas se omitem. “Viajo sempre
no horário em que os ônibus circulam lotados, no sentido Cidade
Ocidental-Brasília. Certa vez, o homem ficou atrás de mim e, a todo momento,
encostava seu corpo no meu. Tentava me afastar, mas não encontrava mais espaço.
Sofri esse assédio até chegar à Rodoviária do Plano Piloto, onde trabalho numa
loja. Não denunciei porque não sabia que se tratava de crime ou algo assim”,
disse uma operadora de caixa que não quis se identificar.
Cartilhas com explicações sobre assédio e o passo a
passo para as mulheres reagirem e denunciarem farão parte da campanha, que
também vai trazer cartazes dentro dos ônibus alertando as pessoas sobre esse
tipo de crime. Segundo a Secretaria da Mulher, a partir de junho a nova frota de
ônibus que circulará pelo Distrito Federal será equipada com câmeras de
segurança. Quem sofrer abusos poderá pedir as imagens para servirem de prova
contra o agressor.
A orientação é que a tanto a vítima quanto as
testemunhas acionem o 190, telefone de emergência da Polícia Militar, e peçam a
intervenção de uma patrulha. Em Brasília, para conter o assédio, o Metrô criou
o “vagão rosa” como espaço exclusivo para as mulheres nos horários de pico.
Capital paulista — Desde que a polícia paulista
intensificou a repressão ao estúpido grupo autointitulado no Facebook
“Encoxadores”, seguranças do Metrô, da CPTM e agentes da polícia passaram a se
infiltrar entre os passageiros na tentativa de identificar os depravados dentro
dos vagões e plataformas e efetuar prisões em flagrante.
(Com Agência Brasil)
Fonte:
Revista Veja