O Tribunal de Justiça de
Alagoas decide, nesta terça-feira (2), se decreta a falência das empresas do
congressista mais rico do Brasil: o deputado federal João
Lyra (PSD), que é pai de Thereza Collor (viúva de Pedro, pivô do impeachment do
irmão, Fernando Collor).
O desembargador José
Carlos Malta Marques, que é presidente do TJ e relator da matéria, coloca o
caso em julgamento.
A falência foi decidida no
final de setembro do ano passado, mas virou uma guerra na Justiça. Os advogados
do Grupo João Lyra argumentam que o
juiz convocado, pelo TJ, Marcelo Tadeu, tem
problemas pessoais com o parlamentar e ele não poderia decretar a falência do
grupo. ...
A Presidência do TJ
decidiu, ano passado, aceitar uma ação de suspeição, movida contra o juiz. Os
desembargadores decidem nesta terça o futuro desta ação.
Consultado, o Ministério
Público Estadual diz que o magistrado agiu baseado na lei. Portanto, não deve
estar sob suspeição. Se o TJ acatar a recomendação, a falência das empresas
fica valendo.
A dívida acumulada supera
R$ 1 bilhão. Ele tentou uma negociação com o sobrinho, Robert Lyra, o Bob Lyra,
mas a parceria fracassou. Os empregados estão há seis meses sem receber
salários. O Tribunal Regional do Trabalho proibiu o grupo de contratar pessoal,
até que pague a dívida com os atuais funcionários e os antigos, já demitidos. O
Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação, contra JL, e pede R$ 100
milhões de danos coletivos, por atrasos nos salários.
Lyra é o congressista mais
rico do Brasil. Declarou ao Tribunal Superior Eleitoral uma fortuna superior a
R$ 200 milhões.
Na massa falida estão:
três usinas em Alagoas e duas Minas Gerais, uma empresa produtora de
fertilizantes e adubos, a Adubos Jotaele; uma concessionária de automóveis, a
empresa de táxi aéreo Lub e o hospital São Vicente de Paulo.
A dívida é resultado de
empréstimos, que não foram pagos, com os bancos Calyon (Londres), Alcotra
(Bélgica), Natixis (França) e Banco do Nordeste (Brasil).
Fonte:
Portal Terra - 01/07/2013