O imóvel de luxo pertencente a George Augusto Pereira, o empresário
fantasma ligado ao deputado Garotinho e sua família, foi bloqueado pela Justiça
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Por determinação da
Justiça, em decisão tomada na última quarta-feira (dia 5), o apartamento 402 em
um dos edifícios do luxuoso condomínio Barra Golden Green, na Zona Oeste do Rio
de Janeiro, não pode ser vendido ou transferido a outro proprietário. O imóvel
ficará numa espécie de bloqueio pelo menos até a Delegacia Fazendária (Delfaz),
da Polícia Civil do Rio de Janeiro, concluir a investigação sobre um esquema de
desvio de verbas públicas. O bloqueio seria uma providência corriqueira da
polícia para impedir que o investigado se desfaça de bens eventualmente obtidos
com dinheiro ilícito, mas nesse caso há uma diferença inédita. A escritura de
promessa de compra e venda do imóvel está em nome de um fantasma. George
Augusto Pereira é um empresário fictício com carteira de
identidade falsa. Ele
também aparecia como dono de uma empresa ligada ao deputado Anthony Garotinho
(PR-RJ) e a sua família. Até a polícia descobrir quem está por trás de George,
o apartamento permanecerá tecnicamente em nome de uma assombração. ...O condomínio fica de frente para a praia da Barra da Tijuca, tem campo de golfe e jardim planejado pelo paisagista Burle Marx. O apartamento tem área útil de
Nos papéis da Junta Comercial, o fantasma era dono da GAP Comércio e Serviços Especial. A empresa, que aluga ambulâncias, recebeu R$ 32 milhões da Prefeitura de Campos dos Goytacazes, cidade do norte fluminense administrada por Rosinha Garotinho (PR), mulher do deputado. O Ministério Público do Rio diz que o contrato com o município é totalmente fraudulento. A GAP ainda alugou um carro para o gabinete de Garotinho em 2011, despesa paga com verba da Câmara dos Deputados. A GAP também emprestou um carro de luxo a Wladimir Matheus, filho do deputado.
Trabach opera uma rede de postos de gasolina que prestou serviço para a campanha eleitoral do PR em 2010 no Rio de Janeiro. Garotinho, que é presidente estadual do PR, diz que conheceu Trabach na campanha e nega qualquer relação com a fraude cometida pela GAP. A Prefeitura de Campos afirma que apura eventuais fraudes no contrato. Trabach alega que um escritório de advocacia foi responsável pela criação do fantasma George.
Por Hudson Corrêa
Fonte:
ÉPOCA.com - 07/06/2013