quinta-feira, 6 de junho de 2013

MP confirma golpes de entidades de fachada, após denúncia do Correio

Promotoria pede à polícia que investigue cinco associações voltadas ao auxílio a crianças e portadores de câncer



No Setor Oeste do Gama, salão de beleza funciona no lugar onde deveria existir uma associação de assistência à criança: comerciantes dizem que entidade nunca foi instalada no local



O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) divulgou, esta semana, o resultado de uma investigação feita no fim do ano passado, após denúncia do Correio, na qual concluiu que cinco associações supostamente voltadas ao atendimento de crianças e portadores de câncer eram apenas de fachada. Segundo os promotores, há indícios de que elas estariam aplicando golpes. Em outubro de 2012, essas mesmas entidades foram alvo de uma série de reportagens do jornal.



As instituições arrecadavam dinheiro de pessoas, principalmente idosas, via pedidos telefônicos, e entregavam recibos após as doações. No entanto, os endereços indicados nos comprovantes de pagamento eram incompatíveis com os locais descritos e muitos dos números de telefone fornecidos nem sequer existiam. Agora, serão objeto de um inquérito criminal. Os responsáveis podem responder por estelionato e as respectivas instituições correm o risco de serem dissolvidas.




Relatório lista as cinco entidades sem cadastro - clique para ampliar

O relatório feito pelo Núcleo de Inspeção Social do MP aponta como fantasmas as seguintes entidades: Associação Beneficente Criança Cidadã; Associação Beneficente Projeto de Vida; Associação Abrace uma Vida — Ronda da Caridade; Instituto Alegria da Criança; e Associação de Apoio e Auxílio aos Portadores de Câncer. As duas primeiras deveriam funcionar no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria. A terceira, na QR 206 da mesma região administrativa, enquanto as duas últimas no Gama. Nenhuma delas está instalada nos pontos mencionados nos recibos nem são cadastradas no MP, como concluiu a Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social (PJFeis). Outras associações foram visitadas por representantes do Ministério Público. A maioria delas, contudo, embora estejam em operação, não é devidamente registrada no órgão.



Fonte: Correio Braziliense