O Brasil conhecia os protagonistas suspeitos do maior escândalo de
desvio e fraude de um governo na história do Acre
Há um mês, exatamente no
dia 10 de maio, a Polícia Federal deflagrava a Operação G-7, uma das maiores já
ocorrida no Acre, que prendeu 15 pessoas, entre secretários, empreiteiros,
servidores públicos e um sobrinho do governador Sebastião Viana acusados de
crimes como desvio de dinheiro público e fraude em licitações do programa Ruas
do Povo e do Sistema Único de Saúde.
Além dos presos, outras 14
pessoas foram indiciadas e convocadas a depor na sede da Polícia Federal
durante esse período. Dos presos no dia 10, só Tiago Paiva, sobrinho do
governador conseguiu liberdade. Ele ficou apenas uma semana na cadeia. ...
A Operação desencadeou uma
crise institucional no governo petista, que acuado colocou aliados para
desferir acusações e ataques ao Judiciário e
Policia Federal. Declarações como
a do senador Aníbal Diniz (PT-AC), de que o “Judiciário, o Ministério Público e
a Polícia Federal estão a serviço da oposição” obrigaram a Associação dos
Magistrados do Acre a repudiar o discurso do petista.
Outra personagem do
processo é a desembargadora Denise Bonfim, autora do mandado de prisão, busca e
apreensão da G-7, que após a ação estaria sendo ameaçada de morte. Tanto que o
ministro Joaquim Barbosa mandou que a Polícia Federal desse segurança à
magistrada.
O último grande episódio
da Operação ocorreu na sede do TJ, durante o julgamento dos presos, numa sessão
histórica, no último dia 05, quando desembargadores mostraram falta de
equilíbrio para analisar o caso. Nesse dia também se soube pela boca da
desembargadora Denise Binfim que o desembargador Pedro Ranzi estava sendo
monitorado pela PF, e que ele teria tido uma conversa suspeita com o senador
Jorge Viana, num voo entre Brasília e Rio Branco, no dia 17 de maio. Tudo teria
sido presenciado por agentes da Polícia Federal.
No final da sessão, a
desembargadora Maria Cezarinete, vice- presidente do TJ/AC resolveu remeter o
processo ao STF, por entender que a corte do Acre não teria condições de julgar
os presos. Foi criticada. Mas na tarde do mesmo dia, o ministro Luiz Fux, do
STF, proibiu através de uma liminar que o Judiciário acreano julgasse o caso e
obrigou o envio dos processos a Brasília para julgamento no Supremo dos
protagonistas do maior escândalo de um governo na história do Acre, que ecoou
Brasil afora.
Fonte:
Luciano Tavares – da redação de ac24horas - 10/06/2013