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Parlamentar concedeu entrevista ao jornal Guardião Notícias Foto: Divulgação |
Conhecido por suas
frases de efeitos durante discursos no plenário, o deputado distrital Dr.
Michel (PEN) abriu um espaço na sua agenda corrida para uma entrevista ao Guardião Notícias. Política, profissão
e até sobre família foram pontos tratados na conversa. “Estou satisfeito e se
não fosse assim iria para a casa brincar com o meu filho (de dois anos)”,
ressalta.
O parlamentar, que
está em seu primeiro mandato, é atual presidente da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara Legislativa. Para quem o conhece, sabe dá sua firmeza em
relação a punição a criminosos. “Bandido bom é bandido preso. Sempre falei. Sem
nenhum tipo de benefícios”, defende.
Criticado por alugar
carro, o deputado faz as contas. De acordo com ele, o veículo para seu mandato
e que já andou mais que um carro comum. Seu futuro político, tanto na
CLDF,
como no partido já está decretado. Confira os principais trechos dessa
entrevista.
Guardian Notícias - O senhor está satisfeito com a vida de
parlamentar?
Dr. Michel - A vida de parlamentar é
completamente diferente da vida que eu tinha, que era de delegado de polícia,
mas os dois são parecidos por que trabalham em prol da comunidade. Eu, enquanto
como parlamentar, vim com uma filosofia: que é de trabalhar realmente para o
próximo. Eu tenho um ditado comigo desde quando era policial: “quem nasce para
servir e não serve, não serve pra viver”.
GN - E com a produtividade da Câmara Legislativa?
Dr. Michel - Não posso dizer com a
produtividade da Câmara, por que cada um tem a sua visão. Eu acredito muito na
minha produtividade é excelente por que eu trabalho diuturnamente e coloco o pé
na lama. Esse é o papel do deputado: fiscalizar, legislar e ir. Então estou
satisfeito e se não fosse assim iria para a casa brincar com o meu neto.
GN - Falando em produtividade e legislação, quantos projetos o
senhor apresentou e quantos já estão vigorando?
Dr. Michel - Eu apresentei mais de 70
projetos, dos quais 16 já são leis e tem mais de 40 a 50 projetos para serem
apresentados até o final deste ano.
GN - Desses, quais o senhor destaca como os mais importantes?
Dr. Michel - Um dos projeto que eu me
vanglorio por ter feito é o “Viver em casa”, que é a “desospitalização” do
paciente crônico. Com o avanço da medicina, nos mudamos a característica do
paciente no Brasil, principalmente no DF. Antigamente a pessoa entrava no
hospital ou curava ou morria. Agora temos a terceira situação: morre, cura ou
fica cronicamente internado. Essas pessoas tem como ir para casa. O que faltava
era uma lei com a finalidade do Estado prover as necessidades que o paciente
tem de leito em casa, que é o “home care”. O custo de um tratamento em casa é
de R$ 420 mil por ano, no hospital é de R$ 680 mil, por paciente. Além disso,
libera um leito.
GN - Mas quem faz a fiscalização para que esta lei seja cumprida?
Dr. Michel - A própria Secretaria que tem
interesse nisso. Inclusive, mais de 50 pacientes que tinham nesta situação, 17
já voltaram pra casa. Quem cuida é a própria família e a secretaria dá todo o
suporte.
GN - O que deixou de fazer na vida pessoal agora como parlamentar?
Dr. Michel - Eu enquanto delegado, ainda
tinha um pouco de vida social, mas quando virei parlamentar, abri mão dessa vida
social em prol da comunidade. Estou trabalhando diuturnamente. Acho que ser
parlamentar é missão. Não tem hora nem lugar.
GN - Quem acompanha sua jornada diária, principalmente nas redes
sociais, percebe que o senhor em variados momentos se encontra em locais
diferentes. O senhor usa um carro alugado para andar durante seu trabalho e já
foi até criticado por isso. Tem noção de quantos quilômetros já percorreu em
seu mandato?
Dr. Michel - É uma caminhonete e tem dois
anos que está alugada. Ela já rodou 120 mil quilômetros. Então veja que ela
andou, e eu não viajei, não saí da cidade, cerca de 60.000 km ou mais/ano.
Coisa que carro normal gasta muito mais. Se analisar, a caminhonete está
alugada por R$ 4 mil. Uma Hilux, em qualquer lugar, é R$ 12 mil o aluguel dela.
E aqui na Câmara está na média. O meu gasto aqui é o necessário para o trabalho
parlamentar.
GN - Por que o senhor aceitou a Comissão de Direitos Humanos?
Dr. Michel - Eu pedi para ir para esta
comissão. Fui indicado pelo bloco (PEN/PSB) e fui votado elos pares. Mas sempre
deixei claro que iria para mudar os paradigmas dentro dos direitos humanos.
Primeiro eu penso que direitos humanos é para humanos. E se bandido, independe
de colarinho branco ou pé de chinelo não é humano, não tem direitos humanos.
Pode até ter direito. É um animal.
GN - Então o que o senhor acha que deveria ser feitos com os
criminosos?
Dr. Michel - Bandido bom é bandido preso.
Sempre falei. Sem nenhum tipo de benefícios. Só no Brasil que 30 anos vira seis
anos. Não pode ter progressão de regime. Estou propondo um ato com uma grande
caminhada para irmos até o Congresso nacional cobrar leis duras. Nós precisamos
urgentemente tomar consciência que a questão da segurança está falida. E não é
aqui. No Brasil está falida. Não é falta de policiais, é a falta de cumprir a
legislação.
GN - Em um de seus discursos, o senhor disse que não visitaria o
presidiário. Por quê?
Dr. Michel - Eu não disse que não visitaria.
Disse que não iria por causa de presos, mas por quem cuida dos presos. Quem
realmente necessita de direitos humanos. Primeiro eu tenho que ver as condições
de trabalho dos agentes penitenciários. Eu tenho que ver também a situação dos
parentes que visitam os presos, que eles não têm culpa de ter parente bandido.
GN - O senhor faz parte da base do governo Agnelo. A população não
tem uma boa avaliação em relação a atual gestão. O senhor acha que essa opinião
pública pode atingir, de alguma forma, a sua imagem?
Dr. Michel - Ser da base não quer dizer que
sou submisso. Significa que eu quero uma Brasília melhor. Acredito que nós
temos que apoiar as coisas boas e as ruins temos que falar, como sempre falei.
Até porque meu mandato não é do governo, é do povo. Nunca votei aqui em
consonância com o governo, contrariando os meus princípios e a população. Não
faço do meu mandato balcão de negócios.
GN - Mas não tem receio que a imagem negativa influencie a sua?
Dr. Michel - Não até por que não tem como
prejudicar quem trabalha. Não acredito que ser da base prejudique. E não ser da
base? Não prejudica? Aquilo que o povo necessita, não se vota por que o
parlamentar é de oposição.
GN - Pretende disputar um cargo maior em 2014?
Dr. Michel - Sou candidato a reeleição.
GN - Está satisfeito com o PEN?
Dr. Michel - Por enquanto me sinto bem.
GN - Qual a sua avaliação sobre o caso Raad? Acha que a Casa fica
desmoralizada?
Dr. Michel - Desmoralizar a Câmara até pode
ser, mas os parlamentares acho improvável. Por que a questão é: nós estamos na
instituição mais criminalizada. No momento em que nos tornamos deputados parece
que somos um leproso. As pessoas não querem se aproximar de você e acham que
você é ladrão, mas estão equivocadas. O caso Raad Massouh (PPL) nem desmoraliza
e nem moraliza. Nós estamos ainda apurando. Aquilo que formos fazer é para não
desmoralizar a Casa. Até o momento isso não vai acontecer por que não tem nada
contra ele. E se tiver vai responder.
Por Elton Santos
Fonte: Guardian Noticias