Desta vez, os afetados foram justamente os mais pobres.
Boato ou erro de
procedimento da Caixa, o episódio do caos no saque dos benefícios do Bolsa
Família encerra uma lição fundamental: antecipar disputas eleitorais em dois
anos pode resultar em danos imprevisíveis para o país e para seus cidadão.
Desta vez, os afetados foram justamente os mais pobres.
Não houvesse um ambiente
envenenado pela desconfiança recíproca entre as duas forças políticas que se
antagonizam, muitas declarações precipitadas teriam sido poupadas, assim como o
desgaste que elas agora provocam. A presidente Dilma, furiosa, chamou de
"criminoso" e de
"crueldade" o que supôs precipitadamente
ser um ato de terrível sabotagem.
Lula entrou no ataque,
reforçando a noção de poderosa orquestração contra seu mais caro programa da
assistência. O presidente do PT, Rui Falcão, foi peremptório, como faz sempre,
no pré-julgamento e na condenação à oposição. E não apareceu ninguém com
autoridade e calma suficiente para gritar um "alto lá!" e pedir
cautela e moderação nesta hora. ...
Entre as hostes petistas,
não houve um cristão com cabeça fria para ponderar: - teria a oposição tamanho
poder de fogo para uma ação coordenada de quase terrorismo, que envolvesse os
13 estados por onde a irracionalidade campeou? Teriam os oposicionistas a
ousadia e o destemor do risco de abalar a confiabilidade num dos programas tão
importante para milhares de brasileiros? Nem ninguém que se lembrasse de que
esta mesma oposição sequer se arrista a atacar o Bolsa Família ou a propor
qualquer alteração ao programa?
Aliás, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, continua tocando um inquérito para apurar entre
centenas de milhares de pessoas quem foi que começou o tal boato que arrastou
mães desesperadas aos caixas eletrônicos da CEF em pleno final de semana.
Fonte:
R7/Cristina Lemos - 28/05/2013