terça-feira, 28 de maio de 2013

Clima de campanha agravou “acidente” com Bolsa Família

Desta vez, os afetados foram justamente os mais pobres.


Boato ou erro de procedimento da Caixa, o episódio do caos no saque dos benefícios do Bolsa Família encerra uma lição fundamental: antecipar disputas eleitorais em dois anos pode resultar em danos imprevisíveis para o país e para seus cidadão. Desta vez, os afetados foram justamente os mais pobres.

Não houvesse um ambiente envenenado pela desconfiança recíproca entre as duas forças políticas que se antagonizam, muitas declarações precipitadas teriam sido poupadas, assim como o desgaste que elas agora provocam. A presidente Dilma, furiosa, chamou de "criminoso" e de
"crueldade" o que supôs precipitadamente ser um ato de terrível sabotagem.

Lula entrou no ataque, reforçando a noção de poderosa orquestração contra seu mais caro programa da assistência. O presidente do PT, Rui Falcão, foi peremptório, como faz sempre, no pré-julgamento e na condenação à oposição. E não apareceu ninguém com autoridade e calma suficiente para gritar um "alto lá!" e pedir cautela e moderação nesta hora. ...

Entre as hostes petistas, não houve um cristão com cabeça fria para ponderar: - teria a oposição tamanho poder de fogo para uma ação coordenada de quase terrorismo, que envolvesse os 13 estados por onde a irracionalidade campeou? Teriam os oposicionistas a ousadia e o destemor do risco de abalar a confiabilidade num dos programas tão importante para milhares de brasileiros? Nem ninguém que se lembrasse de que esta mesma oposição sequer se arrista a atacar o Bolsa Família ou a propor qualquer alteração ao programa?

Aliás, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, continua tocando um inquérito para apurar entre centenas de milhares de pessoas quem foi que começou o tal boato que arrastou mães desesperadas aos caixas eletrônicos da CEF em pleno final de semana.


Fonte: R7/Cristina Lemos - 28/05/2013