O Ministério da Justiça oficializou ontem a anistia post mortem do guerrilheiro Carlos Marighella, morto pelo regime militar em 1969. O reconhecimento já havia sido concedido em dezembro de 2011, com um pedido de desculpas do Estado brasileiro pelos “erros cometidos no passado”. Em 1996, a Comissão de Mortos e Desaparecidos, da mesma pasta, responsabilizou a União pelo assassinato de Marighella. Familiares dele não pediram reparação financeira.
Para Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça e responsável por analisar os pedidos de reparação — não necessariamente financeira —, a anistia concedida a Marighella é um “ato duplamente importante”. “Primeiro, porque faz uma revisão de uma injustiça cometida no passado, no que se refere à reparação moral para a família de uma pessoa histórica como o Marighella. Segundo, porque é importante o Estado reconhecer os erros do passado e ter a oportunidade de repará-los”, diz.