O PT do Distrito Federal entrará em pânico e mais uma vez o
brasiliense vai pagar a conta, com a paralisia do governo do DF. Esse é o
complemento para o título deste texto. Se bem que o governo de Agnelo é só faz
de conta. Até assessores, simpatizantes e oportunistas de plantão discretamente
apregoam que o governador Agnelo Queiroz não vai resistir ao bombardeio da
oposição. Mesmo que a confiança dos petistas sobre a blindagem que estão
armando para o depoimento do dia 13 — número de azar para uns e de sorte para
os da estrela vermelha — dê errado, eles avaliam que ainda podem salvar o
governador do DF. “Não existe prova nenhuma contra Agnelo. Só especulação da
imprensa”, têm dito aliados do governador. Os mais intimistas do
Palácio do
Buriti acreditam que ele vai se sair bem e estão “treinando” o homem para
enfrentar os predadores de oposição. “Pelos nossos cálculos, a oposição não vai
ter muito espaço para depenar Agnelo, pois somos maioria e a tropa de choque
vai atuar com força e determinação”, revela um indiscreto militante com direito
a crachá no Buriti.
Mesmo com o
cursinho intensivo ministrado por dez assessores, entre jornalistas e juristas,
conforme reportagem da “Folha de S. Paulo”, as notícias divulgadas no fim da
semana passada não vão ajudá-lo a manter-se verde, quando muito vermelho. O
problema é se ele amarelar e começar a gaguejar, característica da qual Agnelo
ainda não conseguiu se livrar quando é pressionado por jornalistas ou eleitor.
“Agnelo nunca teve um embate cercado de tantos senões como este da CPMI do
Congresso. Se ele for muito espremido, acaba cometendo uma besteira”, avalia um
publicitário que conhece bem o governador.
Para garantir que
terá mais aliados bonzinhos arguindo seu depoimento, Agnelo despachou dois
deputados do PT de volta à Câmara Federal: Geraldo Magela e Paulo Tadeu. Ambos,
num futuro próximo vão apresentar a conta. Magela sonha em ser ungido candidato
do PT em 2014 e Paulo Tadeu, embora não abra o bico publicamente, é um poço de
mágoas com Agnelo por conta do esvaziamento de sua pasta.
A bagunça que
Agnelo promoveu no início do governo floresceu até este ano, quando os oráculos
da salvação nacional da cúpula petista resolveram intervir, mudando os
personagens de lugar e despachando outros. O futuro da nação petista no DF já
está comprometido por causa dos desmandos de gestão e da incapacidade para
liderar.
De acordo com
denúncias da “Veja On-Line”, “assessores diretos de Agnelo foram flagrados em
conversas telefônicas que insinuam o pagamento de propina para a manutenção do
contrato com a Delta e a nomeação de um aliado da quadrilha no comando do
Serviço de Limpeza Urbana (SLU). O chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio
Monteiro, e o subsecretário João Carlos Feitoza, o Zunga, foram demitidos na
esteira do escândalo. Mas negam participação em um esquema de corrupção”. Para
ficar melhor na fita, Agnelo rompeu o contrato com a Delta, que recebeu em 2012
— portanto em quase seis meses — R$ 27 milhões pelos serviços prestados. É
muito dinheiro para pouca desconfiança