Comissão de Constituição e Justiça do Senado confia em obter quórum para
avaliar, nesta terça-feira (10/12), projeto que prevê a prisão após condenação
por colegiado. Na Câmara, Sérgio Moro defende o fim da proibição de detenção
antes de esgotados todos os recursos
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"Temos de olhar para o futuro, e para esse futuro é imprescindível a volta da condenação em segunda instância. Por emenda constitucional ou projeto de lei, essa decisão cabe ao Congresso Nacional e aos parlamentares", Sérgio Moro, ministro da Justiça(foto: Ed Alves/CB/D.A Press) |
O Projeto
de Lei do Senado (PLS) 166/2018, que prevê a possibilidade de prisão
após condenação em segunda instância, é o primeiro item da pauta, nesta
terça-feira (10/12), da sessão extraordinária da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Como a votação tem caráter
terminativo, a oposição decidiu apresentar recursos para que a matéria, se
aprovada, seja analisada também em plenário, antes de seguir para a Câmara dos
Deputados.
A CCJ é formada por 27 membros titulares e precisa de um quórum mínimo de 14
para iniciar a votação. O Correio apurou que, até nesta
segunda-feira (9/12), havia 10 votos confirmados a favor da aprovação do
projeto. A oposição, oito votos contrários. A preocupação é obter quórum para
analisar a matéria, já que a sessão está marcada para as 10h.
De autoria do senador Lasier Martins (Podemos-RS), o projeto altera o artigo
283 do Código de Processo Penal (CPP), com a seguinte redação: “Ninguém poderá
ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de condenação criminal exarada
por órgão colegiado ou em virtude de prisão temporária ou preventiva”. Essa
nova redação retira do artigo 283 a parte que diz que a prisão só pode ocorrer
após o trânsito em julgado, ou seja, depois de esgotados todos os recursos do
réu.