Em
depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente da OAS afirma que os R$ 350 mil
repassados a uma paróquia de Taguatinga não se tratavam de doação. Segundo o
executivo, dinheiro foi dado em troca de uma blindagem contra convocações na
CPI da Petrobras
O
ex-presidente da OAS José Adelmario Pinheiro, o Léo Pinheiro, prestou um
depoimento não previsto inicialmente na ação penal contra o ex-senador Gim
Argello (ex-PTB-DF) e complicou a situação do parlamentar. Preso desde 12 de
abril, o ex-vice-presidente da CPI mista da Petrobras e ex-vice-líder do
governo Dilma, às vésperas do fim do processo criminal, foi acusado de exigir
propina em troca de proteção da comissão de inquérito. A partir de 5 de
outubro, o juiz da Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, deve receber as alegações
finais da acusação e das defesas dos réus para começar a escrever a sentença do
caso.
Durante cerca de duas horas, o ex-presidente da OAS acusou Gim; o ex-presidente da CPI da Petrobras, ex-senador pelo PMDB e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho; e o deputado Marco Maia (PT-RS); de pedirem dinheiro em troca de blindagem no Congresso. Ele afirmou que até o então ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini, exigiu que as empreiteiras colaborassem com a comissão de inquérito a fim de não prejudicarem o Poder Executivo (leia mais na página 3). Todos têm negado as acusações, como fizeram ontem depois do depoimento de Léo Pinheiro — já condenado a 16 anos de prisão por corrupção em esquemas na Petrobras, detido no Paraná sob acusação de pagar propina a parlamentares e personagem de uma fracassada tentativa de delação premiada com o Ministério Público.
Durante cerca de duas horas, o ex-presidente da OAS acusou Gim; o ex-presidente da CPI da Petrobras, ex-senador pelo PMDB e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho; e o deputado Marco Maia (PT-RS); de pedirem dinheiro em troca de blindagem no Congresso. Ele afirmou que até o então ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini, exigiu que as empreiteiras colaborassem com a comissão de inquérito a fim de não prejudicarem o Poder Executivo (leia mais na página 3). Todos têm negado as acusações, como fizeram ontem depois do depoimento de Léo Pinheiro — já condenado a 16 anos de prisão por corrupção em esquemas na Petrobras, detido no Paraná sob acusação de pagar propina a parlamentares e personagem de uma fracassada tentativa de delação premiada com o Ministério Público.
Segundo
a acusação do MP, Gim pediu R$ 35 milhões a sete empreiteiros, e obteve pelo
menos R$ 7,2 milhões, a fim de protegê-los na CPI. De acordo com Léo Pinheiro,
ele não estava sozinho na empreitada, e sempre era acompanhado por Vital.
Na audiência com Sérgio Moro, Léo Pinheiro afirmou que os pagamentos feitos a Gim — que totalizaram R$ 350 mil — eram propina, e não apenas uma doação a uma paróquia de Taguatinga que ele congregava. “Eu tratei com o senador Gim Argello”, contou o ex-executivo. “Ele me pediu o valor. Eu disse que daria. Ele me disse que era entidade religiosa que ele tinha relacionamento e que
Na audiência com Sérgio Moro, Léo Pinheiro afirmou que os pagamentos feitos a Gim — que totalizaram R$ 350 mil — eram propina, e não apenas uma doação a uma paróquia de Taguatinga que ele congregava. “Eu tratei com o senador Gim Argello”, contou o ex-executivo. “Ele me pediu o valor. Eu disse que daria. Ele me disse que era entidade religiosa que ele tinha relacionamento e que