quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ministro Ayres Britto assume Poder Judiciário e busca por coalizão

O ministro Carlos Ayres Britto assume nesta quinta-feira (19/4) a chefia do Poder Judiciário e fica no cargo por sete meses sem um plano de metas e estratégias. No entanto, ele decidiu que seu mandato primará pelo diálogo aberto com juízes, representantes do Legislativo, do Executivo e de entidades diversas e com seus próprios colegas de Tribunal para articular assuntos de interesse do Judiciário. O perfil é uma guinada em relação ao padrão mais centralizador do antecessor, Cezar Peluso.

A aproximação com os tribunais superiores e com instituições ligadas à Justiça, como o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), começou a ser posta em prática assim que Britto foi eleito presidente, quando realizou uma série de visitas de cortesia. “Meu estilo de gestão é o compartilhamento gerencial. Pretendo projetar um olhar coletivo sobre os nossos problemas, os nossos desafios, convocando toda a magistratura, a partir dos tribunais”, disse, em passagem pelo Superior Tribunal de Justiça.

Preocupado com a autoestima dos juízes, Britto pretende direcionar seus esforços à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para mostrar que os “bandidos de toga” são exceção. Ele não chegou a definir ações específicas para restaurar a unidade da categoria, mas já é certo que defenderá uma postura menos “belicosa” com os magistrados por parte da corregedora Eliana Calmon.

Uma das evidências sobre essa postura conciliadora é a aproximação do ministro Ayres Britto de entidades de classe da magistratura, principais críticas do CNJ. Britto escolheu três ex-dirigentes de associações de juízes para auxiliá-lo na presidência do conselho.

A aproximação com a magistratura também prevê a retomada das negociações com o Executivo e com o Legislativo para o reajuste salarial da categoria, estagnado desde 2009. Ainda não há definição sobre a articulação de um terceiro Pacto Republicano com os demais poderes, mas é certo que, caso isso aconteça, a pauta sugerida inicialmente por Peluso sofrerá alterações.

Internamente, Britto quer que os colegas participem mais dos assuntos da Suprema Corte e colherá opiniões sobre a manutenção do rigoroso sistema de segurança implantado na gestão de Peluso e sobre critérios que restringem a transparência de processos, como o uso de iniciais para identificar investigados em inquéritos. Caso o julgamento do mensalão ocorra mesmo durante sua gestão, ele convocará os ministros para formatar o julgamento, que promete ser o mais extenso e complexo já ocorrido no STF.

A imagem dos juízes vem sendo colocada em xeque desde o ano passado, quando a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça passou a atuar de forma mais incisiva contra desvios cometidos nos tribunais. As críticas acabaram provocando um racha na magistratura, especialmente entre a cúpula, resistente a intervenções externas, e a base, que não se identificava com as críticas sobre falta de transparência.

Segurança do STF ficou mais rígida durante gestão de Cezar Peluso

A passagem de Cezar Peluso pela presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) resultou em uma mudança significativa no sistema de segurança da Suprema Corte. Hoje, as cerca de 2 mil pessoas que circulam diariamente pelo Supremo precisam passar por um sistema rigoroso de identificação, que inclui catracas, travas eletrônicas de acesso a salas, câmeras de segurança e vigilância constante de seguranças, que impedem o trânsito de qualquer um que esteja sem crachá.

Assim que assumiu a presidência, Peluso convocou para a chefia da segurança o coronel Marley Elysio dos Santos, que tinha experiência na gestão de segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. “Não queremos proibir o acesso de ninguém, apenas controlar”, afirmou o coronel, negando que haja exagero nas medidas adotadas para controle da circulação de pessoas, uma vez que se trata da sede de um poder da República.

Desde então, os investimentos em segurança aumentaram significativamente, ficando abaixo apenas do orçamento da Comunicação Social, que atende às estruturas da TV Justiça e da Rádio Nacional. Neste ano, o orçamento da área de segurança do STF totaliza R$ 30 milhões, destinados a gastos fixos, inclusive de pessoal, além de contratos já empenhados. Segundo o coronel Elysio, não houve aumento do número de seguranças e vigias na gestão de Peluso, embora hoje eles estejam mais bem treinados para cumprir seu papel.

Na gestão anterior à de Peluso, havia 80 câmeras analógicas de segurança, que não retinham as imagens em banco de dados. E apenas 60 funcionavam. Hoje, o tribunal é vigiado por 365 câmeras digitais, que armazenam os registros por pelo menos 90 dias. O acesso a salas estratégicas do tribunal passou a ser limitado por 292 portas eletrônicas, liberadas apenas com a aproximação de crachá do pessoal autorizado.

Logo na entrada do Tribunal, 41 catracas eletrônicas foram instaladas para controlar o acesso de visitantes e dos próprios funcionários, com a manutenção do sistema de identificação com funcionários do STF e passagem de pertences pelo raio X. Para incentivar os vigias a fazer rondas, especialmente de madrugada, foram instalados 45 pontos eletrônicos em áreas estratégicas do tribunal, com roteiros predefinidos.

Uma das poucas medidas de segurança que acabaram não vingando foi a instalação de vidros blindados para cercar o plenário do STF. A ideia foi deixada de lado porque a mudança acabaria comprometendo a estrutura física do tribunal.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Veja o quadro demonstrativo e comparativo de um trabalhador que ganha um salário mínimo e um Deputado Distrital

Salários dos Deputados Distritais
Salário Mínimo do Trabalhador
Valor Mensal
Valor mensal
25.000,00
                                         622,00


Valor Anual
Valor Anual
                                             300.000,00
                                      7.464,00


13º salário
13º salário
25.000,00
                                         622,00


Férias
Férias
9.000,00
                                         207,00


Valor Total
Valor Total
                                             334.000,00
                                      8.915,00


Verba indenizatória mensal

25.000,00



Verba indenizatória Anual

                                             300.000,00



valor total de Gastos anual por deputado

                                             634.000,00



E ainda não querem trabalhar em prol do povo que os colocou lá, agora não querem votar a CPI para investigar Agnelo Queiroz sobre os esquemas de Cachoeira? Isso sim que é uma falta de Vergonha ao povo do Distrito Federal. Cadê o respeito? vocês tem sim que fazer valer o salario que ganham, vote sim a CPI

Gilmar Mendes avalia ação que envolve Perillo, Demóstenes e Cachoeira

O encontro em Berlim entre o senador Demóstenes Torres (GO) e o ex-presidente e atual ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, no final do ano passado – e o fato de uma enteada do ministro, Ketlin Feitosa Ramos, ter ocupado cargo de livre nomeação no gabinete do senador, entre setembro de 2011 e 2 de abril deste ano, quando foi exonerada –, têm, queira-se ou não, um felpudo pano de fundo jurídico.
Está sob a responsabilidade de Mendes, no STF, um processo de maior interesse de Demóstenes e, especialmente, do contraventor Carlinhos Cachoeira, preso em Mossoró, pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e do govenador de Goiás, Marconi Perillo.
É a Ação Cível Originária 767 (clique para acessá-la – é só digitar ACO 767 na pesquisa), iniciada no Estado. Tem como réus a empresa Gerplan Gerenciamento e Planejamento Ltda, que pertence a Cachoeira, e o Estado de Goiás, no qual o governador Perillo assinou decreto que, na prática, resgatou da ilegalidade as videoloteiras (máquinas caça-níqueis).
Os autores são o Ministério Público de Goiás e o Procurador-Geral de Justiça do Estado de Goiás. No cabeçalho das atuais quase mil páginas está definido seu tipo: “Assunto: Direito Administrativo e Outros/Matéria de Direito Público/Atos Administrativos/Licenças/Jogos de Bingo e/ou caça-níqueis”. Trata diretamente da confirmação ou derrubada do decreto estadual de Perillo sobre o retorno à legalidade, no Estado, do negócio de exploração comercial de caça-níqueis.
O controle do jogo ilegal em Goiás é de Carlinhos Cachoeira. A decisão final sobre esse processo tende a gerar repercussão em todo o País, abrindo uma janela, em caso de ser favorável à Gerplan e a Goiás, para a volta dos bingos e das maquininhas caça-níqueis em outras unidades da Federação.
O processo chegou à mesa de Mendes, para um despacho que pode ser decisivo, no dia 29 de fevereiro, depois de uma longa e totalmente documentada tramitação no STF.
O dia 29 de fevereiro de 2012 também foi a data em que Cachoeira foi preso. Até a quinta-feira 5, o magistrado ainda não havia dado a sua decisão. Depois de dois anos de investigação, a data da prisão de Cachoeira pela PF coincidiu com o avanço da papelada no Supremo.
Como se trata de uma decisão estratégica aos interesses do contraventor, de complexa reversão, caso venha a ser conferida a seu favor, a igualdade de datas pode ter sido bem mais que uma ironia do destino.

Governador pode ser investigado por ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira

O PPS decidiu apoiar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Legislativa para investigar o governador Agnelo Queiroz, por causa das denúncias envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Apesar de ser da base aliada do governo, o partido disse estar preocupado com a gravidade da situação e diz que não está convencido das decisões que foram tomadas frente à crise.

Em nota, o partido defendeu que a sociedade e o governo só têm a ganhar com a investigação dos fatos e a identificação dos responsáveis.

No próximo dia 26, o PPS decide se permanece na base de apoio ao governo. O partido tem um secretário: Alírio Neto, da Justiça. Ele pode deixar a pasta e voltar à Câmara Legislativa caso a legenda retire o apoio a Agnello