Do Blog do José Seabra.
A campanha de Agnelo Queiroz ao Palácio do Buriti, em 2010, recebeu recursos do famoso Caixa 2, expediente espúrio condenado pela Justiça Eleitoral. O dinheiro não contabilizado, provinha de diferentes fontes. Era entregue em uma mansão no extremo Leste do Lago Sul.
A “tesouraria central”, depois de o dinheiro ser separado em maços de até R$ 50 mil, redistribuia os pacotes para “pequenas agências”. Para isso eram utilizados veículos com chapas frias do serviço de informações do próprio Governo do Distrito Federal e UTIs móveis. Assim camuflados, a coordenação do Caixa 2 evitava que os “carros-forte” fossem parados em eventuais blitzen.
Uma dessas pequenas agências era em um apartamento no Manhatan Flat, no Setor Hoteleiro Norte. Ali funcionava uma espécie de bunker para negociar a participação de grupos de empresários na campanha da coligação Um novo caminho. Também era dali que saía parte do dinheiro para pagar apoios a Agnelo.
Como candidato, o hoje ocupante do Palácio do Buriti esteve no QG Central do Caixa 2 do Lago Sul, ao menos em três oportunidades.
Este blogueiro tentou falar com o governador sobre o tema, mas foi orientado a encaminhar perguntas à secretária de Comunicação, Samantha Sallun. Foram dirigidas 13 perguntas a Agnelo, por email. Mas ele não respondeu.
O assunto teria provocado um suposto alvoroço no governo. Uma reunião extraordinária foi convocada na noite da última quinta-feira, 17. Agnelo queria saber quem teria vazado esse segredo, até então guardado a sete chaves.
Não sei se as fontes, pressionadas por um olhar irado e o esbravejar de braços e murros sobre a mesa, se revelaram. A única certeza é que as perguntas estão sem respostas.
Por enquanto.
terça-feira, 22 de março de 2011
Representação contra Vigilante
A deputada distrital Celina Leão não tardou a dar o troco no deputado distrital Chico Vigilante. Autor da representação contra ela na Corregedoria da Câmara Legislativa, o petista é alvo de outra representação, protocolada nesta terça-feira pela deputada na Mesa Diretora da Casa. A ação é fruto de uma denúncia recebida pela Comissão de Ética, Direitos Humanos e Cidadania da Casa, da qual Celina é presidente, afirmando que Vigilante estaria beneficiando em suas ações parlamentares empresários que financiaram sua campanha.
A denúncia, feita por Estanley de Almeida Leite, questiona o fato de o deputado petista ter tido como financiador de sua campanha, em 2010, a empresa Engebras – Indústria, Comércio e Tecnologia de Informática, com o valor declarado em sua prestação de contas de R$ 25 mil. A Engebras foi denunciada na imprensa por fazer parte da chamada “Máfia dos Pardais”. A empresa possui vários contratos com o Governo do Distrito Federal.
Celina pede à Mesa Diretora que investigue possíveis irregularidades entre a doação da Engebras à campanha de Chico Vigilante e suposto favorecimento de licitações no GDF, do qual Chico é faz parte.
A denúncia, feita por Estanley de Almeida Leite, questiona o fato de o deputado petista ter tido como financiador de sua campanha, em 2010, a empresa Engebras – Indústria, Comércio e Tecnologia de Informática, com o valor declarado em sua prestação de contas de R$ 25 mil. A Engebras foi denunciada na imprensa por fazer parte da chamada “Máfia dos Pardais”. A empresa possui vários contratos com o Governo do Distrito Federal.
Celina pede à Mesa Diretora que investigue possíveis irregularidades entre a doação da Engebras à campanha de Chico Vigilante e suposto favorecimento de licitações no GDF, do qual Chico é faz parte.
Sem os discursos anunciados
- “Nunca tive tanta vontade de falar como hoje”.
- “É dois, deputado. Eu também não”.
Com este diálogo, os deputados Chico Vigilante e Celina Leão lamentaram nesta terça-feira (22) o encerramento da sessão ordinária na Câmara Legislativa apenas cinco minutos após ter sido aberta, pelo vice-presidente da Casa, Dr, Michel (PSL). A manobra evitou dois pronunciamentos aguardados com expectativa pela imprensa e pelo público: o de Celina, defendendo-se das últimas denúncias divulgadas contra ela, e o de Vigilante, defendendo-se da denúncia apresentada contra ele nesta segunda.
Celina preferiu não polemizar e deixou o plenário pouco depois do encerramento. Vigilante preferiu ficar e discursar, informalmente, para a imprensa.
“Essa denúncia foi feita para acobertar o mal feito. Minhas contas foram aprovadas com unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral e a doação da empresa está lá, na minha prestação de contas, porque não fiz caixa dois. Agora quero que provem que eu interferi nas licitações do GDF. Isso foi uma manobra para puxar para dentro da lama as pessoas honestas”, declarou.
- “É dois, deputado. Eu também não”.
Com este diálogo, os deputados Chico Vigilante e Celina Leão lamentaram nesta terça-feira (22) o encerramento da sessão ordinária na Câmara Legislativa apenas cinco minutos após ter sido aberta, pelo vice-presidente da Casa, Dr, Michel (PSL). A manobra evitou dois pronunciamentos aguardados com expectativa pela imprensa e pelo público: o de Celina, defendendo-se das últimas denúncias divulgadas contra ela, e o de Vigilante, defendendo-se da denúncia apresentada contra ele nesta segunda.
Celina preferiu não polemizar e deixou o plenário pouco depois do encerramento. Vigilante preferiu ficar e discursar, informalmente, para a imprensa.
“Essa denúncia foi feita para acobertar o mal feito. Minhas contas foram aprovadas com unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral e a doação da empresa está lá, na minha prestação de contas, porque não fiz caixa dois. Agora quero que provem que eu interferi nas licitações do GDF. Isso foi uma manobra para puxar para dentro da lama as pessoas honestas”, declarou.
Mesa da Câmara decide esperar
Do Correio Braziliense: A Mesa Diretora da Câmara decidiu, em reunião na noite desta segunda-feira (21), aguardar informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Ministério Público de Contas (MPC) sobre as denúncias contra a deputada distrital Celina Leão (PMN), para só então dar andamento à investigação na Casa. Enquanto isso, a representação contra a deputada, protocolada hoje pelo colega Chico Vigilante (PT), não será encaminhada para investigação na Corregedoria da Câmara Legislativa.
O presidente da CLDF, Patrício (PT), disse que não há condições de abrir tal processo sem uma fundamentação com base em provas materiais ou testemunhas. “Estamos acompanhando o noticiário, mas não podemos nos basear em denúncias feitas no anonimato”, afirmou ele, citando a reportagem do Correio publicada no domingo (20).
Ainda nesta segunda (21), Patrício pediu aos órgãos fiscalizadores que encaminhem à Casa dados do processo aberto contra Celina. O deputado também pediu que os autores da denúncia procurem a Corregedoria para prestar mais informações.
O presidente esclareceu que Celina, atual presidente da Comissão de Ética da Câmara, terá que deixar o cargo caso o órgão receba representação contra ela. O art. 22 do Código de Ética estabelece que o parlamentar deve renunciar à presidência da Comissão quando é alvo de denúncia.
O presidente da CLDF, Patrício (PT), disse que não há condições de abrir tal processo sem uma fundamentação com base em provas materiais ou testemunhas. “Estamos acompanhando o noticiário, mas não podemos nos basear em denúncias feitas no anonimato”, afirmou ele, citando a reportagem do Correio publicada no domingo (20).
Ainda nesta segunda (21), Patrício pediu aos órgãos fiscalizadores que encaminhem à Casa dados do processo aberto contra Celina. O deputado também pediu que os autores da denúncia procurem a Corregedoria para prestar mais informações.
O presidente esclareceu que Celina, atual presidente da Comissão de Ética da Câmara, terá que deixar o cargo caso o órgão receba representação contra ela. O art. 22 do Código de Ética estabelece que o parlamentar deve renunciar à presidência da Comissão quando é alvo de denúncia.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Jaqueline Roriz é notificada via 'Diário Oficial' a apresentar defesa em 5 dias
Deputada federal foi flagrada em vídeo recebendo maço de dinheiros.
Parlamentar alegou que recursos foram usados em campanha eleitoral.
Parlamentar alegou que recursos foram usados em campanha eleitoral.
A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi notificada nesta segunda-feira (21), por meio do "Diário Oficial da União", a apresentar defesa em 5 dias úteis à Câmara, no processo que investiga o recebimento de maço de dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
A intimação saiu na publicação porque a parlamentar não foi encontrada por três vezes pela Corregedoria da Câmara.
Jaqueline Roriz foi flagrada em vídeo (veja acima), ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro. Ela alega que os recursos teriam custeado a campanha para deputada distrital, em 2006, e não teriam sido registrados na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
Conselho de Ética
Na primeira reunião do ano, o Conselho de Ética da Câmara recebeu no dia 16 de março representação para investigar a possível quebra de decoro parlamentar praticada por Roriz. O presidente do órgão, José Carlos Araújo (PDT-BA), deve escolher nesta semana o relator do caso. A partir de então, o Conselho terá 90 dias para analisar o processo.
Na primeira reunião do ano, o Conselho de Ética da Câmara recebeu no dia 16 de março representação para investigar a possível quebra de decoro parlamentar praticada por Roriz. O presidente do órgão, José Carlos Araújo (PDT-BA), deve escolher nesta semana o relator do caso. A partir de então, o Conselho terá 90 dias para analisar o processo.
A pena máxima prevista é a perda do mandato. Jaqueline também pode receber apenas uma advertência, afastamento temporário das funções ou ainda sofrer censura pública ou censura escrita.
Com a abertura do processo no Conselho, Roriz poderá até renunciar ao mandato, mas não escapará de ser investigada pelos deputados.
A representação que pede a cassação da deputada do Distrito Federal foi apresentada pelo PSOL. “Estou aqui para trazer uma representação contra a deputada federal Jaqueline Roriz, que mereceu confiança do povo de Brasília para exercer esse honroso mandato, mas que não ofereceu ao povo a oportunidade de saber o que ela negou com veemência, de uma suposta participação no esquema de corrupção de Brasília”, afirmou o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ).
Alegando problemas de pressão, Jaqueline se licenciou na última segunda-feira das atividades da Câmara por cinco dias.
Durval Barbosa
Um dos suplentes do conselho, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) defendeu a realização de uma audiência pública com o delator do escândalo de corrupção, Durval Barbosa. O tucano defendeu o envio de um convite a Durval, já que o Conselho de Ética não tem poder de convocação.
Um dos suplentes do conselho, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) defendeu a realização de uma audiência pública com o delator do escândalo de corrupção, Durval Barbosa. O tucano defendeu o envio de um convite a Durval, já que o Conselho de Ética não tem poder de convocação.
“Devemos convidá-lo e, se ele não comparecer, devemos enviar convite ao procurador-geral da República, ao delegado da Polícia Federal que coordena as investigações e ao ministro do Superior Tribunal de Justiça que coordena o inquérito”, disse Francischini.
O presidente do Conselho afirmou que Francischini estava um pouco “afobado”, já que logo no primeiro encontro do colegiado falou em convidar Barbosa para comparecer ao conselho. Araújo, no entanto, concordou com a proposta do deputado e concordou em examinar a ideia no decorrer dos trabalhos.
PGR e STF
No dia 15, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu que os resultados do inquérito que investiga a deputada no Supremo Tribunal Federal sejam compartilhados com a Câmara.
O pedido está sendo analisado pelo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa. No dia 14, ele autorizou a abertura de inquérito no STF para apurar as acusações contra Roriz.
No dia 15, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu que os resultados do inquérito que investiga a deputada no Supremo Tribunal Federal sejam compartilhados com a Câmara.
O pedido está sendo analisado pelo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa. No dia 14, ele autorizou a abertura de inquérito no STF para apurar as acusações contra Roriz.
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