O secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, defendeu que a regulamentação da venda de drogas seria uma forma de combate ao tráfico de entorpecentes e ao crime organizado. A fala foi proferida na última terça-feira (14), durante uma entrevista em que ele comentava sobre a violência contra policiais militares na Bahia.
“Eu
acho que isso [guerra às drogas] não funciona, apenas minimiza, mas não é a
solução. Solução é a sociedade acabar com essa hipocrisia e discutir a
regulação. Eu não sou a favor do consumo, eu não suporto droga. Mas só vamos
ter um combate efetivo quando você regularizar o comércio e fazer propagandas
para incentivar as pessoas a não consumirem droga, como ocorreu com o cigarro.
Essa é a política ideal”, disse.
Já não
é a primeira vez que Mandarino defende a regulamentação do comércio pelo Estado
das drogas como forma de combate ao tráfico e ao crime organizado. Em
fevereiro deste ano, citando Holanda, Uruguai e Portugal, ele mencionou
que, sob controle governamental, o comércio gera tributação.
E, na
Bahia, o atual secretário de Segurança Pública já não é o primeiro a defender a
ideia. Em 2018, Maurício Teles Barbosa, que ocupava o cargo então, afirmou
ao UOL ser favorável à legalização da maconha no Brasil como forma de
“quebrar” o faturamento das quadrilhas, principalmente em estados do Nordeste.
O
assunto foi repercutido no Boletim da Manhã desta quarta-feira (14). Para o
analista político Italo Lorenzon, a medida só afetaria uma das formas de ganho
do crime organizado, uma vez que outra haveria formas de continuar a venda
ilícita e outros meios de ganho sob controle de bandidos continuariam ativos.
“Hoje
a droga é legalizada, o que vai acontecer? As armas não vão desaparecer do
morro. O cara que vendia ontem não vai parar de vender hoje, ele vai abrir uma
lojinha com um testa de ferro vendendo legalizado para ele. E não adianta dizer
que o traficante vão continuar sendo punido; ele vai continuar na posição dele,
cobrando mototáxi, gato. A diferença é que uma das atividades do crime
organizado não vai mais poder ser estrangulada economicamente pela ação
policial”, afirmou.
Fonte:
Terça Livre