quinta-feira, 16 de setembro de 2021

É MOLE?: ‘Não suporto drogas, mas tem que regulamentar o comércio’, diz secretário de Segurança da Bahia

 


O secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, defendeu que a regulamentação da venda de drogas seria uma forma de combate ao tráfico de entorpecentes e ao crime organizado. A fala foi proferida na última terça-feira (14), durante uma entrevista em que ele comentava sobre a violência contra policiais militares na Bahia.

“Eu acho que isso [guerra às drogas] não funciona, apenas minimiza, mas não é a solução. Solução é a sociedade acabar com essa hipocrisia e discutir a regulação. Eu não sou a favor do consumo, eu não suporto droga. Mas só vamos ter um combate efetivo quando você regularizar o comércio e fazer propagandas para incentivar as pessoas a não consumirem droga, como ocorreu com o cigarro. Essa é a política ideal”, disse.

Já não é a primeira vez que Mandarino defende a regulamentação do comércio pelo Estado das drogas como forma de combate ao tráfico e ao crime organizado. Em fevereiro deste ano, citando Holanda, Uruguai e Portugal, ele mencionou que, sob controle governamental, o comércio gera tributação.

E, na Bahia, o atual secretário de Segurança Pública já não é o primeiro a defender a ideia. Em 2018, Maurício Teles Barbosa, que ocupava o cargo então, afirmou ao UOL ser favorável à legalização da maconha no Brasil como forma de “quebrar” o faturamento das quadrilhas, principalmente em estados do Nordeste.

O assunto foi repercutido no Boletim da Manhã desta quarta-feira (14). Para o analista político Italo Lorenzon, a medida só afetaria uma das formas de ganho do crime organizado, uma vez que outra haveria formas de continuar a venda ilícita e outros meios de ganho sob controle de bandidos continuariam ativos.

“Hoje a droga é legalizada, o que vai acontecer? As armas não vão desaparecer do morro. O cara que vendia ontem não vai parar de vender hoje, ele vai abrir uma lojinha com um testa de ferro vendendo legalizado para ele. E não adianta dizer que o traficante vão continuar sendo punido; ele vai continuar na posição dele, cobrando mototáxi, gato. A diferença é que uma das atividades do crime organizado não vai mais poder ser estrangulada economicamente pela ação policial”, afirmou.

Fonte: Terça Livre