sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Justiça bloqueia bens de ex-governador e ex-vice do DF por fraudes na construção de estádio


Medida é para garantir ressarcimento dos cofres públicos por supostos desvios na construção do Mané Garrincha, o mais caro da Copa do Mundo de 2014.

Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Brasília, DF, Brasil, 03/03/2015 — Foto: Andre Borges/Agência Brasília


A Justiça decretou, na noite desta quinta-feira (23), o bloqueio de bens do ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e do ex-vice Tadeu Filippelli (MDB) por fraudes na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
A decisão liminar é uma medida cautelar, ou seja, os réus ainda não são considerados nem culpados nem inocentes (entenda abaixo).
Além dos políticos, também foi condenada a empresa Via Engenharia, o seu sócio-diretor, Fernando Márcio Queiroz; o empresário Jorge Luiz Salomão e o advogado Luiz Carlos Barreto de Oliveira Alcoforado. Cabe recurso à decisão.
Até a última atualização desta reportagem, o G1 aguardava um posicionamento da defesa dos citados. 

Bloqueio de bens
A medida, segundo o processo, é para garantir o ressarcimento dos cofres públicos diante de supostos desvios de dinheiro na construção do estádio – o mais caro da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o Ministério Público do DF, a obra custou R$ 1,1 bilhão -- valor 70% acima da estimativa inicial.
Na decisão, a juíza Acácia Regina Soares de Sá, da 7ª Vara da Fazenda Pública, manda bloquear R$ 19,5 milhões em bens do ex-governador Agnelo. Segundo a magistrada, há "indícios de recebimento de valores e vantagens indevidos durante a execução do contrato" por Agnelo.
Para o ex-vice Filippelli, a determinação judicial manda bloquear R$ 24,74 milhões. De acordo com a decisão, o político "solicitou e recebeu valores indevidos em razão da execução do contrato para construção do estádio".
De acordo com a juíza, as provas demonstram que as irregularidades ocorreram desde a estruturação do projeto da licitação. Segundo a acusação, o acordo entre os envolvidos impediu o caráter competitivo da concorrência, mediante promessa, oferta e recebimento de propina.
Para cumprir a determinação, a Justiça determinou o acionamento dos sistemas do Banco Central e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
 Valores bloqueados
1. Agnelo Santos Queiroz Filho: no valor, de R$ 12.288.000,00,
2. Nelson Tadeu Felipelli: no valor de R$ 24.740.000,00
3. Agnelo Santos Queiroz Filho e Jorge Luiz Salomão: no valor de R$ 7.000.000,00, solidariamente;
4. Agnelo Santos Queiroz Filho e Luiz Carlos Barreto de Oliveira Alcoforado no valor de R$ 7.440.000,00, solidariamente;
5. Via Engenharia S/A e Fernando Marcio Queiroz no valor de R$ 19.300.500,00, solidariamente.
Fonte: G1 DF.