Os
criminosos se denominavam donos de propriedades da Agência de Desenvolvimento
(Terracap) e faziam a venda dos lotes
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A operação visa cumprir 11 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão(foto: PCDF/Divulgação) |
Policiais civis prenderam associação criminosa
especializada em parcelamento irregular do solo. O grupo agia, principalmente,
na região da Granja Modelo, no Riacho Fundo I. A suspeita dos investigadores é
de que o bando se articulava com informações cedidas por servidores
públicos.
A operação batizada de Generous, da Delegacia
Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), foi
deflagrada no início da manhã desta quarta-feira (12/6). Os investigadores prenderam
seis pessoas e cumpriram 14 mandados de busca e apreensão. Cinco suspeitos
ainda estão foragidos.
Um
dos presos é um servidor público que ocupava um cargo comissionado. De
acordo com a Polícia Civil, ele passava informações ao grupo criminoso, que
conseguia evitar ações que conteriam a prática. Os agentes ainda constataram
que o bando é bastante articulado, funcionavam como uma empresa, com estrutura
hierárquica e nítida divisão de tarefas.
Os líderes da associação se apresentavam como
proprietários das terras, que são pertencentes à Agência de Desenvolvimento do
DF (Terracap). Em seguida, produziam documentos falsos para fazer a venda dos
lotes. Outros integrantes do grupo faziam a demarcação dos terrenos, construíam
as edificações e faziam vendas.
"Identificamos quatro líderes do esquema.
Um deles está preso e os outros foragidos. As investigações continuam para
identificar o paradeiro dos envolvidos no crime", explicou o delegado à
frente do caso, Marcelo Cerqueira.
Esses lotes irregulares estão inseridos em
áreas de preservação ambiental, destinadas à diversidade biológica da fauna e
flora, além da preservação de recursos hídricos. Os investigados irão responder
por associação criminosa, parcelamento irregular do solo,dano ambiental,
falsificação de documentos, extorsão e ameaça. Caso condenados, podem ficar
presos por até 20 anos.
Lucro
As investigações começaram em janeiro. Desde
então, os criminosos venderam cerca de 40 lotes por R$ 45 mil cada. A suspeita
dos policaiis é de que o grupo tenha faturado mais de R$ 1,5 milhão com o
crime. Os acusados apresentavam documentos falsos para as vítimas, que faziam a
compra do lote. No entanto, se alguma questionasse a fraude, era ameaçada.
"Caso o grupo tivesse conseguido
consolidar todo loteamento da área, nossa estimativa é de que eles lucrariam
aproximadamente R$ 80 milhões", ressaltou o investigador. Os policiais
suspeitam que mais de 40 pessoas tenham sido enganadas pelo bando.
Fonte: Correio Braziliense