quarta-feira, 22 de maio de 2019

Postagem de PM a caminho de manifestação pela Educação repercute na CLDF

Segundo Hermeto, o policial reconheceu que foi infeliz e cabe agora à corregedoria da PM investigar


Quase uma semana depois, a postagem de um policial militar, a caminho de manifestação em defesa da educação na Esplanada dos Ministérios, repercutiu na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (21). No último dia 15, um policial militar publicou em suas redes sociais que estava indo "brincar com os comunas", numa alusão aos manifestantes.

Na ocasião, o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara, deputado Fábio Felix (PSOL), divulgou nota repudiando a postagem e cobrando da corporação uma investigação sobre o episódio. Nesta terça-feira, o deputado Hermeto (MDB), policial militar reformado, retomou o assunto e lamentou que toda a corporação tenha sido atacada por causa de um fato isolado. Segundo Hermeto, o policial reconheceu que foi infeliz e cabe agora à corregedoria da PM investigar o caso, com imparcialidade.
O deputado argumentou que os policiais também sofrem agressões durante o exercício de seu trabalho, mas condenou as generalizações. "Ele está errado e vai ser punido de acordo com o erro que cometeu, mas isto é um caso isolado", completou.

A deputada Arlete Sampaio (PT) classificou a postagem como uma "atitude debochada" e informou que também mandou ofício ao secretário de Segurança pedindo a investigação do caso. "Não é normal que dentro do ônibus fique postando mensagens de que vai brincar com os "comunas", numa atitude provocadora", assinalou, acrescentando que todos devem atuar para coibir atitudes que promovam um clima de ódio.

O deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) considerou a atitude lamentável e disse que vários grupos de policiais consideraram o caso prejudicial à imagem da corporação. Para ele, a corregedoria tem que apurar e dar publicidade a uma eventual penalidade, para que se aprenda com o erro e sirva de exemplo para todos.

O deputado Chico Vigilante (PT) defendeu o diálogo para combater a pregação do ódio. Na opinião dele, o DF deveria ter uma tropa especializada para lidar com manifestações e movimentos, com policiais treinados para esta finalidade. "A polícia não é de nenhum governo. É do Estado e por isso tem que ser democrática", finalizou.

O deputado Fábio Felix explicou que não pediu a expulsão do policial, mas a investigação do caso. Felix destacou experiência positiva com a PM, durante o acampamento da terra livre, que reuniu indígenas, quando nenhum incidente foi registrado.

Grilagem – Outros assuntos também foram abordados durante a sessão ordinária. O deputado Leandro Grass (Rede) parabenizou a Polícia Civil pela operação grito da terra, que prendeu grileiros de terra em São Sebastião. O distrital lembrou a falta de fiscalização e de combate às grilagens em governos anteriores, que provocaram muitos problemas. Segundo ele, existe hoje uma disputa entre a ganância e a especulação imobiliária contra a população.

LGBT - Deputado Fábio Felix (Psol) relatou aos colegas sua participação na semana passada, em Bogotá, na Colômbia, de encontro que reuniu lideranças LGBT de vários países das Américas. Ele disse que ficou surpreso em encontrar várias lideranças que ocupam espaço de destaque nos seus países. O encontro discutiu estratégias para garantir os direitos da população LGBT e formas de enfrentamento da violência. "Apesar dos discursos violentos, temos muitos LGBTs se representando no mundo", comemorou.

Luís Cláudio Alves
Fotos: Carlos Gandra/CLDF



Fonte: Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa - CLDF