quarta-feira, 29 de maio de 2019

Nove presos envolvidos no massacre em Manaus são transferidos para Brasília


Os líderes do massacre foram acompanhados de servidores do Depen e são levados diretamente para a Penitenciária Federal

(foto: Carlos Vieira/CB/DA Press)
Nove presos envolvidos no massacre nos presídios de Manaus foram transferidos para Brasília na noite desta terça-feira (28/5). A Penitenciária Federal de Segurança Máxima abriu as vagas para receber integrantes da facção criminosa Família do Norte (FDN), que lidera os atentados em quatro presídios do estado de Amazonas. Em todo o país, o Departamento Penitenciário (Depen) liberou 20 vagas nas cinco cadeias do sistema federal.

O avião que trouxe os líderes do massacre para a capital pousou no Aeroporto Juscelino Kubitschek às 21h50 desta terça-feira. Todos os presos estão sendo acompanhados por servidores do Depen e são levados diretamente para a Penitenciária Federal. Dos nove, seis serão transferidos novamente em alguns dias para outras penitenciárias federais. Os locais não foram divulgados. Três líderes do bando permanecerão no DF.


A estratégia é isolar os criminosos e deixá-los distante de onde eles mantêm influência. Até agora, a matança por disputa de poder na Família do Norte deixou 55 vítimas. As mortes ocorreram entre domingo (26/5) e a última segunda-feira (27/5). As vítimas foram asfixiadas ou perfuradas com escova de dente.

É a terceira vez neste ano que o Presídio de Segurança Máxima recebe presos de alta periculosidade. Em 22 de março, desembarcou em Brasília o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willian Herbas Camacho, o Marcola. Com ele, vieram outros três integrantes da cúpula do PCC. 

Antes, porém, o irmão de Marcola, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, conhecido como Marcolinha, tinha se instalado na penitenciária. Ele chegou em 13 de fevereiro junto com outros dois presos. 

Penitenciária federal em Brasília

A penitenciária inaugurada em outubro de 2018 tem quatro blocos e é a quinta de segurança máxima do país. Orçada em R$ 40 milhões, o presídio seria concluído em 2014, mas a construtora responsável faliu e abandonou a obra. Ela só começou a receber presos no fim de 2018.

O presídio fica na mesma área do Complexo Penitenciário da Papuda e tem vaga para 208 internos. Ao todo, são quatro pavilhões de acesso restrito. Em cada bloco, existem quatro corredores com 13 celas. Os internos ficam sozinhos em um espaço de pouco mais de 6m², com uma estrutura de cama de concreto armado, duas prateleiras, pia e vaso sanitário.

Penitenciárias federais

As outras unidades de segurança máxima ficam em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS). Para evitar que os presos fiquem em regiões onde cometeram os crimes, a Justiça Federal indica outra unidade. A transferência e inclusão deles em estabelecimentos penais federais são reguladas pela Lei nº 11.671/2008.

Alguns dos maiores criminosos do país que estão, atualmente, em presídios de segurança máxima são Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, líder da facção Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro; Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Favela da Rocinha e o responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco.

Em 13 anos de existência, o Sistema Penitenciário Federal nunca registrou fugas, rebeliões ou entrada de telefones celulares. O efetivo é preparado para guerra e possui estrutura de defesa com apoio constante das forças armadas.  


Fonte: Correio Braziliense