Enquanto
a Polícia Militar não dá informações sobre a prisão de sete integrantes,
Ibaneis Rocha mostra indignação e diz que "polícia não é lugar para
bandido"
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Policiais militares lotados em batalhão de Ceilândia lideravam esquema de grilagem de terras no Sol Nascente, segundo o Ministério Público(foto: Ed Alves/CB/D.A Press - 2/1/19) |
O governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu,
nesta quinta-feira (30/5), a expulsão dos sete policiais militares presos
devido ao envolvimento em um esquema de milícia e grilagem no Sol Nascente, em
Ceilândia, uma das regiões mais carentes do Distrito Federal. Os integrantes da
corporação são alvos da Operação Horus, que investiga os crimes de loteamento
irregular do solo, extorsão e até homicídio.
O chefe do Executivo local comentou o caso após
participar do lançamento da Agenda Legislativa da Federação das Indústrias de
Brasília (Fibra), no mesmo dia em que retornou da terceira viagem a Lisboa, em
Portugal. “Não são as pessoas de baixa renda que fazem grilagem. Quem faz a
grilagem é quem está por trás, essas pessoas vendem ilusões”, afirmou Ibaneis
Rocha. “Vamos desbaratar essa quadrilha. E não é só essa, há outras que estão
sendo investigadas”, acrescentou.
O governador lembrou que a prisão dos policiais
militares é preventiva. “Eles têm direito à defesa. Vão ser abertos processos
no âmbito da Corregedoria da Polícia Militar e eles vão responder. Ao final, se
confirmadas essas alegações que existem, eles devem ser exonerados. Polícia não
é lugar para bandido”, finalizou o governador.
Em nota, a Polícia Militar informou ter
colaborado com as investigações por meio da Corregedoria. A corporação
acrescentou que instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos
policiais. “Mas todos correm sob segredo de Justiça. Portanto, não podemos dar mais
detalhes”, acrescentou a corporação.
Questionada pelo Correio, a PM não detalhou
quais são os prazos para a finalização de processos de investigação internos,
nem esclareceu se o afastamento dos policiais será decretado. Também não
informou se eles continuarão recebendo o salário enquanto estiverem atrás das
grades.
Os
acusados
Como o blog CB.Poder — revelou em primeira mão
—, um dos sete policiais presos por integrarem a milícia é tio da primeira-dama
do Brasil, Michelle Bolsonaro. Trata-se do 1º sargento João Batista Firmo
Ferreira. O militar reformado é irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle. A
família da primeira-dama mora na região do Sol Nascente.
Os sete sargentos presos são lotados ou já
atuaram no 8º e no 10º Batalhão da Polícia Militar, unidades responsáveis pelo
policiamento ostensivo na região do Sol Nascente. Além de Jorge Firmo Ferreira,
foram presos e denunciados pelo Ministério Público do DF os sargentos Jorge
Alves dos Santos, Agnaldo Figueiredo de Assis, Francisco Carlos da Silva
Cardoso, José Deli Pereira da Gama, Paulo Henrique da Silva e Jair Dias.
A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do
Distrito Federal, em parceria com a Coordenação Especial de Repressão à
Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e
contra a Ordem Tributária da Polícia Civil DF e com a Corregedoria Militar do
Distrito Federal.
Fonte: Correio Braziliense