"Pego
um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar", afirmou o
ministro da Economia
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(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press) |
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em
entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (24/5), que irá
renunciar do cargo caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da
Previdência vire uma “reforminha”. Ele disse que, se isso se concretizar, vai
morar no exterior. “Já tenho idade para me aposentar”, justificou. Para ele, o
Brasil pode quebrar no próximo ano.
"Deixa eu te falar um negócio que é
importante. Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Ah, não aprovou
a reforma, vou embora no dia seguinte. Não existe isso. Agora, posso
perfeitamente dizer assim: 'Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não
estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar
problemas, mas não dá para permanecer no cargo'", comentou. "Se só eu
quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a
reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar, explodir
e correr o risco de ter um confronto sério, pego o avião e vou morar lá fora",
completou o ministro.
Ele destacou que não irá embora do país no dia
seguinte, caso haja frustração na reforma da Previdência. “Agora, posso
perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não
estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar
problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu quero a reforma, vou
embora para casa”, justificou.
De acordo com a revista, o ministro também
defende que o presidente Jair Bolsonaro defende a reforma nos moldes em que a
proposta foi enviada pelo governo ao Congresso. O texto prevê a economia de até
R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos. Guedes admitiu que existe uma margem de negociação
que poderá desidratar a matéria até, no máximo, R$ 800 bilhões. Até então, ele
tinha dito que seriam necessários, pelo menos, R$ 1 trilhão de impacto fiscal.