segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Alunos da UnB cobram DFTrans, e dizem que passe livre segue bloqueado

Órgão do GDF disse que problema seria resolvido até sábado, e informou que já recadastrou alunos. Nesta segunda, cartões não passaram nas catracas.

Fachada do ponto de apoio do DFTrans em Sobradinho (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)


Alunos da Universidade de Brasília (UnB) afirmam que o DFTrans — órgão que gerencia o transporte público no Distrito Federal — descumpriu o prazo estabelecido pelos próprios gestores para regularizar o Passe Livre dos alunos da Universidade de Brasília (UnB). Na quarta (18), o governo havia prometido que até sábado (21) todos os cartões que dão direitos às viagens gratuitas já estariam funcionando. Nesta segunda (23), porém, estudantes disseram ao G1 que não conseguiram ter acesso ao benefício.

É o caso da estudante de letras Dara Abreu. Ela contou que, ao passar pela catraca do ônibus pela manhã desta segunda, descobriu que o cartão continuava bloqueado. "Está causando um transtorno gigantesco. Eu gasto
cerca de 15 reais por dia para ir e voltar da UnB", disse a jovem. Ela afirma que está "pensando seriamente em desistir" das matérias que cursa, por não ter condições financeiras.

Já o aluno de Ciência da Computação Rafael Araújo contou ao G1 que gastou R$200 com passagens de ônibus para à UnB durante a última semana, quando os bilhetes estavam bloqueados. "Acredito que eles [DFTrans] não estão preocupados com a gente, que tem que tirar do próprio bolso para ir a aula", reclamou.

Em nota, o DFTrans informou que já recadastrou os 11 mil alunos da UnB que têm direito ao benefício. E acrescentou que os estudantes que estiverem com dificuldade para utilzar o passe livre devem procurar o posto procurar o posto do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) localizado na Galeria dos Estados para verificar a situação.

Entenda

Os cartões do passe livre estudantil no Distrito Federal foram bloqueados pelo governo na segunda-feira (16). A medida já estava prevista desde o começo do mês, quando os benefícios aos usuários foram suspensos pela primeira vez.

Para o DFTrans, órgão que administra o transporte público do DF, o bloqueio é amparado por uma portaria que regulamenta o benefício. Segundo o órgão, “o benefício do Passe Livre Estudantil terá validade exclusivamente durante o período das aulas na Instituição de Ensino”.

No começo do mês, quando bloqueou os cartões, o governo anunciou que o benefício seria garantido apenas até o dia 15. Até lá, quem estava tendo aulas que dão direito ao passe livre – por exemplo, as reposições do semestre letivo da UnB – deveria apresentar comprovante. Depois do dia 15, quem não tivesse mostrado essa documentação teve o cartão suspenso novamente.

Cursos de idiomas e atividades extraclasse – voluntariado ou aula de artes marciais, por exemplo – não dão direito ao passe livre, originalmente, e também não podem ser usados como argumento para estender o benefício durante as férias. A exceção são os Centros Interescolares de Línguas (CILs), que compõem a rede pública de ensino. Quem faz estágio profissional poderá continuar usufruindo das passagens grátis, desde que comprove o vínculo.

Veja regras

Têm direito ao passe livre estudantes de escolas públicas, cursos, universidades e faculdades de todo o DF. Com o benefício, o estudante tem direito a até 54 acessos mensais, podendo ter mais viagens acrescidas caso o estudante utilize mais ônibus diariamente.

De acordo com o GDF, mais de R$ 64 milhões foram gastos com o passe livre estudantil em 2016. O valor representa os repasses feitos às empresas de ônibus, já que o governo arca com as passagens dos estudantes. Em 2015, o valor gasto com o passe livre foi de quase R$ 48 milhões.


Fonte: G1