Órgão do GDF disse que
problema seria resolvido até sábado, e informou que já recadastrou alunos.
Nesta segunda, cartões não passaram nas catracas.
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Fachada do ponto de apoio do DFTrans em Sobradinho (Foto: Tony Winston/Agência Brasília) |
Alunos
da Universidade de Brasília (UnB) afirmam que o DFTrans — órgão que gerencia o
transporte público no Distrito Federal — descumpriu o prazo estabelecido pelos
próprios gestores para regularizar o Passe Livre dos alunos da Universidade de
Brasília (UnB). Na quarta (18), o governo havia prometido que até sábado (21)
todos os cartões que dão direitos às viagens gratuitas já estariam funcionando.
Nesta segunda (23), porém, estudantes disseram ao G1 que não
conseguiram ter acesso ao benefício.
É
o caso da estudante de letras Dara Abreu. Ela contou que, ao passar pela
catraca do ônibus pela manhã desta segunda, descobriu que o cartão continuava
bloqueado. "Está causando um transtorno gigantesco. Eu gasto
cerca de 15
reais por dia para ir e voltar da UnB", disse a jovem. Ela afirma que está
"pensando seriamente em desistir" das matérias que cursa, por não ter
condições financeiras.
Já
o aluno de Ciência da Computação Rafael Araújo contou ao G1 que
gastou R$200 com passagens de ônibus para à UnB durante a última semana, quando
os bilhetes estavam bloqueados. "Acredito que eles [DFTrans] não estão
preocupados com a gente, que tem que tirar do próprio bolso para ir a
aula", reclamou.
Em
nota, o DFTrans informou que já recadastrou os 11 mil alunos da UnB que têm
direito ao benefício. E acrescentou que os estudantes que estiverem com
dificuldade para utilzar o passe livre devem procurar o posto procurar o posto
do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) localizado na Galeria dos Estados
para verificar a situação.
Entenda
Os
cartões do passe livre estudantil no Distrito Federal foram bloqueados pelo
governo na segunda-feira (16). A medida já estava prevista desde o começo do
mês, quando os benefícios aos usuários foram suspensos pela primeira vez.
Para
o DFTrans, órgão que administra o transporte público do DF, o bloqueio é
amparado por uma portaria que regulamenta o benefício. Segundo o órgão, “o
benefício do Passe Livre Estudantil terá validade exclusivamente durante o
período das aulas na Instituição de Ensino”.
No
começo do mês, quando bloqueou os cartões, o governo anunciou que o benefício
seria garantido apenas até o dia 15. Até lá, quem estava tendo aulas que dão
direito ao passe livre – por exemplo, as reposições do semestre letivo da UnB –
deveria apresentar comprovante. Depois do dia 15, quem não tivesse mostrado
essa documentação teve o cartão suspenso novamente.
Cursos
de idiomas e atividades extraclasse – voluntariado ou aula de artes marciais,
por exemplo – não dão direito ao passe livre, originalmente, e também não podem
ser usados como argumento para estender o benefício durante as férias. A
exceção são os Centros Interescolares de Línguas (CILs), que compõem a rede
pública de ensino. Quem faz estágio profissional poderá continuar usufruindo
das passagens grátis, desde que comprove o vínculo.
Veja regras
Têm
direito ao passe livre estudantes de escolas públicas, cursos, universidades e
faculdades de todo o DF. Com o benefício, o estudante tem direito a até 54
acessos mensais, podendo ter mais viagens acrescidas caso o estudante utilize
mais ônibus diariamente.
De
acordo com o GDF, mais de R$ 64 milhões foram gastos com o passe livre
estudantil em 2016. O valor representa os repasses feitos às empresas de
ônibus, já que o governo arca com as passagens dos estudantes. Em 2015, o valor
gasto com o passe livre foi de quase R$ 48 milhões.
Fonte:
G1