sábado, 2 de abril de 2016

Relator da comissão do impeachment apresentará parecer até a próxima quinta-feira

Na próxima segunda, a comissão especial receberá a defesa por escrito da presidente Dilma, e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fará a sustentação oral da defesa

O relator da comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás, anunciou que deverá apresentar o seu parecer na próxima quarta (6) ou quinta-feira (7). O relator prevê que haverá pedido de vista e que a votação do relatório será finalizada na comissão até o dia 11 ou 12.
Na próxima segunda-feira (4), a comissão especial receberá a defesa por escrito da presidente Dilma, e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fará a sustentação oral da defesa para os integrantes da comissão.
Segundo Jovair Arantes, os depoimentos já colhidos pela comissão enriqueceram o conteúdo do relatório final, que já estaria bem adiantado. Foram ouvidos na última semana os juristas Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal - autores da denúncia contra Dilma - , além do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi Ribeiro - contrários ao impeachment da presidente.
"Nós estamos já com o que foi possível
adiantar do relatório pronto. Com essas oitivas que fizemos na quarta e na quinta-feira nós avançamos também com relação a informações que chegaram, que não produziu nenhum efeito novo e nem poderá produzir, mas por outro lado enriquece muito o conteúdo do relatório final."
Jovair Arantes não adiantou o teor do seu parecer e disse apenas que "segue a linha da legalidade".
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou que, quando a comissão especial do impeachment finalizar a votação do parecer, ele entrará na pauta do Plenário quatro dias depois. Primeiramente, haverá sessão de debates e, em seguida, ocorrerá a votação do parecer, que deverá levar três dias, na avaliação do presidente.
"Quando terminar a comissão, você tem 96 horas, 4 dias para poder ser votado. O dia da comissão, quatro dias depois. Se eles acabam dia 11, eles estão fazendo a conta dia 15. Mas não acaba num dia esta votação. Se for começar dia 11, vai emendar mesmo."
Portanto, segundo o presidente da Câmara, se a votação da abertura do processo de impeachment começar na sexta-feira dia 15, prosseguirá no sábado e domingo. Para aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em Plenário, são necessários 342 votos favoráveis. De acordo com Cunha, a punição para quem não comparecer será política.
"Eu acho que, no dia que for, vai vir todo mundo. Ninguém vai ficar com a pecha de que faltou para não votar."
Em relação ao processo disciplinar relativo a Eduardo Cunha no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o presidente da Câmara disse que vai avaliar, "no tempo devido", se comparecerá pessoalmente para prestar depoimento ao colegiado. Cunha foi listado entre as 19 testemunhas que serão ouvidas pelo Conselho, mas o órgão não pode convocar pessoas, apenas convidar, o que as desobriga de comparecer às reuniões.

Reportagem — Lara Haje



Fonte: Radio Agencia