José
Carlos Araújo, presidente do conselho, e o relator do processo contra o
presidente Eduardo Cunha no conselho se reuniram, nesta quarta-feira (6) com o
relator da Operação Lava-Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki
O presidente do Conselho de Ética, deputado José
Carlos Araújo, do PSD baiano, e o relator do processo contra o presidente
Eduardo Cunha no conselho, deputado Marcos Rogério, de DEM de Rondônia, se
reuniram, nesta quarta-feira (6), com o relator da Operação Lava-Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki.
Araújo disse que o ministro reforçou as palavras
ditas na terça (5) pelo juiz Sérgio Moro e garantiu que o conselho terá
liberdade para ouvir as testemunhas que julgar necessárias. O colegiado quer
ouvir pessoas que estão presas em Curitiba e citaram o nome do presidente da
Câmara em depoimentos.
O presidente do Conselho de Ética explicou que as
oitivas serão feitas por videoconferência.
"Nós conseguimos com o juiz Sérgio Moro que
fossem usadas as dependências da Justiça Federal lá em Curitiba; conseguimos
com o presidente da Assembleia a taquígrafa para tomar as notas taquigráficas e
do próprio
juiz Moro a parte de gravação de áudio e vídeo. Então, estamos
fazendo isso por economia para a Câmara e na certeza que isso vai ser muito
mais rápido."
Na terça (5), a defesa do presidente Eduardo Cunha
entrou com um requerimento no Conselho de Ética para proibir as convocações de
pessoas envolvidas na Operação Lava-Jato. O advogado de Cunha, Marcelo Nobre,
alega que essas testemunhas são beneficiárias de acordos de delação premiada e
iriam apenas confirmar suas teses.
Ele argumenta também que estes depoimentos não têm relação direta com o objeto de investigação no conselho. Cunha é investigado no colegiado pela suspeita de ter mentido sobre a existência de contas suas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
Ele argumenta também que estes depoimentos não têm relação direta com o objeto de investigação no conselho. Cunha é investigado no colegiado pela suspeita de ter mentido sobre a existência de contas suas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
O mesmo pedido feito ao conselho foi impetrado por
Eduardo Cunha no Supremo nesta quarta (MS 34101). Por sorteio, a ação foi
enviada para a ministra Cármen Lúcia. Cunha não quis comentar sobre os pedidos
de defesa.
Segundo Marcos Rogério, o ministro Teori Zavascki
afirmou que o pedido do presidente da Câmara não tem base legal.
"Em relação às testemunhas, ele disse que
deferirá o nosso pedido, não vê nenhuma dificuldade em deferir, e aí fica a
cargo de cada uma das testemunhas querer ou não prestar os seus depoimentos ao
Conselho de Ética."
O prazo final para análise do processo contra
Eduardo Cunha no Conselho de Ética é dia 25 de abril. Se o colegiado não
conseguir aprovar o relatório até lá, a pauta fica trancada e nenhuma outra
representação poderá ser analisada.
Reportagem
– Tiago Miranda
Fonte:
RADIOAGÊNCIA