quinta-feira, 7 de abril de 2016

Deputados devem incluir em MP mais medidas de combate ao Aedes aegypti

Uma delas deve ser a necessidade de apressar o diagnóstico.

Mais medidas de combate ao vírus transmissor da dengue, zika e chikungunya, além de ações voltadas ao atendimento das famílias de bebês com microcefalia, serão incorporadas à Medida Provisória 712, que está em análise no Congresso Nacional. As novidades foram adiantadas na audiência pública desta quarta-feira da Comissão Especial que analisa o texto pelo relator do texto, deputado Newton Cardoso Júnior, do PMDB mineiro.
"O início da nossa Medida Provisória tinha o objetivo claro de apenas tratar da entrada forçada nas casas das pessoas. Mas entendemos que há uma necessidade de expansão desse foco. E a Medida Provisória 712 é um meio de dar velocidade para que as soluções integradas de combate a essas doenças venham a se tornar realidade hoje no país."
Newton Cardoso Júnior disse que vai incluir no relatório necessidades levantadas junto à Comissão Externa da Câmara que avalia as
ações de combate ao vírus Zika. Entre elas está a necessidade de apressar o diagnóstico.
"Aquele sujeito que possivelmente, potencialmente, está infectado com algum desses vírus precisa demorar de 7 a 10 dias para ter o diagnostico efetivo e muitas vezes ocupa o leito, espaço do sistema de saúde público que poderia estar sendo alocado para quem efetivamente tem o diagnóstico."
O relator também disse que vai incluir no texto da Medida Provisória um tipo de punição para os donos de imóveis que não combaterem os criadouros do mosquito transmissor de dengue, Zika e chikungunya. Ainda vai propor o oferecimento de auxílio financeiro e benefícios sociais, como indenização e extensão de licença maternidade, às famílias com crianças que estão nascendo com microcefalia causada pelo Zika vírus. Já há a confirmação de que mais de mil bebês (1.046) nasceram com a deficiência. Mais de 4 mil casos ainda estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde. A ideia é indicar ainda a criação de centros de reabilitação específicos para essas crianças.
Durante debate na comissão especial que debate a Medida Provisória, o presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social, José Rocha Júnior, apontou que é preciso melhorar a comunicação entre as secretarias de saúde e de assistência social nos municípios.
"Seja em função do abandono do marido que quando se depara com a situação da criança com microcefalia está deixando a sua residência e aí demandando outros serviços de assistência social, de maneira imediata, qual seja o acolhimento dessa mãe com a criança, para que ela não fique em situação de rua. Portanto é necessário que esse fluxo de informação seja aprimorado a fim de que nós possamos dar de fato tutela necessária a essas famílias que estão vivenciando situações traumáticas hoje no país."
O deputado Newton Cardoso Júnior disse que vai propor uma força nacional para centralizar as decisões e ações relacionadas ao combate do mosquito transmissor e ao atendimento das crianças com microcefalia. A representante do Ministério da Saúde, Teresa Delamare Franco disse que o Governo Federal tem uma iniciativa do tipo em andamento:
"Já está se fazendo uma grande força nacional. O fato de o Ministério da Saúde estar soltando boletins, informando, orientando os estados, integrandos outras políticas sociais, como a própria assistência social, escolas... Enfim, há uma grande mobilização nacional para que a gente possa reduzir o vetor e não só, também cuidar das famílias e das crianças que estão nascendo com microcefalia.
O relatório sobre a Medida Provisória de combate ao mosquito transmissor dos vírus da dengue, Zika e chikungunya está previsto para ser apresentado até o final deste mês na comissão especial de deputados e senadores. O texto já está em vigor, com força de lei, mas precisa ser aprovado pelos Plenários da Câmara e do Senado até 31 de maio para não perder a validade.

Reportagem — Ginny Morais