quinta-feira, 7 de abril de 2016

Defesa de Eduardo Cunha pede impugnação de oito testemunhas de acusação

Testemunhas foram arroladas pelo relator do processo contra ele no Conselho de Ética.

A defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apresentou ao Conselho de Ética pedido de impugnação de oito testemunhas de acusação arroladas pelo relator do seu processo, deputado Marcos Rogério, do DEM de Rondônia, e outros integrantes do Conselho. Cunha é investigado no colegiado pela suspeita de ter mentido sobre a existência de contas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
A defesa de Cunha alega que as testemunhas não têm relação direta com o objeto da investigação e que nada podem acrescentar ao caso. A defesa sustenta ainda que as testemunhas não podem falar sobre fatos além dos previstos no relatório de admissibilidade aprovado pelo órgão para dar
seguimento ao processo e que por serem beneficiadas em acordo de delação premiada vão apenas reforçar suas teses.
O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo, do PR da Bahia, disse que o recurso da defesa de Cunha deveria ter sido encaminhado ao relator do processo, conforme estabelece o regimento interno da Câmara, e que vai analisar como responder ao pedido.
O depoimento da primeira testemunha de acusação está previsto para amanhã pela manhã, quando o Conselho deverá ouvir o doleiro Leonardo Meirelles, ex-sócio de Alberto Youssef. Além do cancelamento da reunião para ouvir Meirelles, a defesa de Cunha também quer cancelar os próximos depoimentos incluindo o do doleiro Alberto Youssef; do empresário Júlio Camargo; do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano; do ex-dirigente da BR Distribuidora João Augusto Henriques; do ex-gerente internacional da Petrobras Eduardo Musa; e dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, donos da empreiteira carioca Engenharia.
Na terça-feira, integrantes do Conselho de Ética obtiveram do juiz Sérgio Moro a liberação dessas testemunhas, presas na Operação Lava-Jato. O Supremo ainda deve confirmar a autorização, porque envolve foro privilegiado de Eduardo Cunha, mas Moro já concordou em ceder a estrutura da Justiça de Curitiba para a tomada dos depoimentos para reduzir os custos de deslocamento dos presos para Brasília.

Reportagem — Geórgia Moraes