Ex-ministro da Educação solicita, ainda,
que a análise seja feita pelo vice-presidente da Casa
O
ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) protocolou na tarde desta sexta-feira
(1º) um pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer.
Na
denúncia, Gomes pede que a análise de admissibilidade seja feita não pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas sim pelo vice-presidente da Casa,
deputado Waldir Maranhão, do PP maranhense. Segundo o ex-ministro, Cunha é
suspeito de analisar o pedido por ser "unha e cutícula" com Michel
Temer.
"São
unha e cutícula [Temer e Cunha], são do mesmo partido. Disputam contribuições
de empresas envolvidas na Lava-Jato. E, portanto, ele deve ser considerado
suspeito, parte não apta a fazer o primeiro juízo, que é de
admissibilidade."
A
denúncia cita seis ocasiões em que Temer teria praticado crime de responsabilidade
seja pessoalmente ou por ser presidente do PMDB. O documento fundamenta o
pedido nas delações do ex-líder do governo no
Senado, senador Delcídio do
Amaral, sem partido do Mato Grosso do Sul, e do doleiro Alberto Youssef.
Além
disso, Cid Gomes cita uma mensagem em um celular descoberta em uma das fases da
operação Lava-Jato em que foi mencionado o pagamento de R$ 5 milhões da OAS
para Temer. O vice-presidente, à época, já negou ter recebido recurso de origem
ilícita.
"Aponto
tanto na figura pessoal dele as citações dizendo diretamente a Michel Temer
como tendo recebido R$ 5 milhões de uma construtora envolvida na operação
Lava-Jato, como há referências a contribuições dadas ao PMDB, e o senhor Michel
Temer, além de vice-presidente da República, é o presidente do PMDB."
Este
é o quarto pedido de impeachment de Temer protocolado na Câmara dos Deputados.
Dois foram arquivados pelo presidente da Câmara. Há ainda outro pedido em
análise, do deputado Cabo Daciolo, do PTdoB do Rio de Janeiro.
Reportagem
– Tiago Miranda
Fonte:
Radio Agencia