terça-feira, 16 de junho de 2015

CCJ aprova gratificação temporária para defensores que atuarem em mais de uma área

Projeto, da Defensoria Pública da União, propõe também gratificação aos profissionais que acumularem mais de uma função administrativa.
A Comissão de Constituição e Justiça aprovou o projeto (PL 7836/14) da Defensoria Pública da União que cria uma gratificação temporária para defensores que acumularem mais de uma área de atuação como cível, criminal ou previdenciária. O texto propõe também uma gratificação aos profissionais que acumularem mais de uma função administrativa dentro da estrutura da defensoria.
O valor será somado à remuneração do defensor caso ele atue em mais de uma área num período superior a três dias. A gratificação equivalerá a um terço do subsídio recebido pelo defensor designado para o cargo. Nos casos em
que mais de um defensor ocupar o cargo do titular afastado, os substitutos não terão direito ao acréscimo no salário.
A proposta recebeu parecer favorável do relator, deputado Fausto Pinato, do PRB de São Paulo. Para ele, a defensoria é importante por atuar em favor dos mais necessitados. Pinato defendeu ainda que a gratificação é justa.
"Acredito que é questão de justiça, até porque as outras profissões, no Ministério Público, por exemplo, tem isso. As outras, na maioria, têm. Então, quer dizer, nada mais justo do que fazer isso para a Defensoria Pública."
Já o vice-líder do governo, deputado Sílvio Costa, do PSC pernambucano, afirmou não ser a favor da aprovação do projeto. Segundo ele, a Câmara errou quando deu autonomia financeira para o órgão e quando aumentou para 36 mil reais o salário do chefe da Defensoria Pública e não pode errar de novo.
"A Defensoria Pública fica aqui fazendo lobby para tentar aumentar os seus salários e alguns parlamentares, de forma irresponsável, ficam fazendo demagogia. Ora, por que só o defensor público quer aumento?"
A defensoria explica que o impacto orçamentário das gratificações, calculado em julho do ano passado, será de pouco mais de três milhões por ano.
Segundo o estudo "Um panorama da atuação da Defensoria Pública da União", lançado no final de março, os únicos estados que não apresentam falta de defensores públicos, considerando o número de cargos providos, são Distrito Federal e Roraima.
Acre e Paraíba estão entre os que possuem déficit de até 100 defensores públicos. O déficit total do Brasil é de dez mil quinhentos e setenta e oito.
A proposta, que tramita em regime de urgência, precisa ainda ter parecer da Comissão de Finanças e Tributação. A urgência, porém, significa que esse parecer pode ser apresentado e votado diretamente no Plenário da Casa.
Reportagem — Lucas Ludgero


Fonte: Radio Agencia