sexta-feira, 13 de março de 2015

Janot critica parlamentares que "sabotam sentimento de nação"

Procurador geral rebate presidente da Câmara, que o acusara de perseguição na Operação Lava-Jato
Um dia depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusar o Ministério Público de persegui-lo por a suspeitar que ele cometeu corrupção e lavagem de dinheiro, o procurador geral da República criticou as “vozes do parlamento” que “sabotam” o sentimento de nação. Rodrigo Janot afirmou nesta sexta-feira (13/3) que “causa espécie que vozes do Parlamento, aproveitando-se de uma CPI instaurada para investigar o maior esquema de corrupção já revelado no País, tenham-se atirado contra a instituição que começa a desvelar a trama urdida contra a sociedade”.

As afirmações de Cunha foram prestadas ontem durante reunião da CPI da Petrobras. O deputado disse que faltou “coerência” a Janot ao arquivar alguns casos e mandar apurar outros e que o procurador precisaria se explicar porque “escolheu” investigar certas pessoas, a exemplo dele. Hoje, em reunião com
procuradores-gerais de Justiça de todo o país, Janot pediu apoio para propostas legislativas para combater irregularidades e aproveitou para se defender das críticas de Eduardo Cunha.



O procurador disse que, apesar de criticado, é o Ministério Público que se esforça para acabar com organização criminosa na Petrobras. “Pelos esforços do Ministério Público, esse esquema foi exposto ao País e será também pela nossa atuação que os verdadeiros culpados irão responder judicialmente e sofrerão as penas cabíveis”, afirmou Janot.

O procurador disse que os críticos dele têm “interesses vis”. “Não vou permitir que, neste momento da vida funcional, interesses vis ou preocupações que estejam além do Direito influenciem o meu agir.”
Janot disse que as instituições brasileiras é formada por uma “grande maioria de homens de bem” que não ficará imobilizada em meio à Operação Lava-Jato. Afirmou ainda que vão saber diferenciar “entre aqueles que lutam por um futuro para o país e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação”.



Fonte: Correio Braziliense