Dentre as propostas, estão a que elimina a maioridade
penal e a que acaba com o saidão dos presos.
Projetos tornam mais rigorosa concessão de benefícios a acusados de crimes
Seis projetos que tornam mais rigorosa a concessão
de benefícios a acusados de crimes foram apresentados pelo deputado Alberto
Fraga, do DEM do Distrito Federal.
Duas propostas mudam a Lei de Execução Penal. Uma
delas acaba com o saidão dos presos (PL 388/15), que é a saída temporária em
períodos específicos como fim-de-ano, e outra (PL 386/15), que também muda o
Código Penal, exige novos requisitos para a concessão de progressão de regime e
de livramento
condicional a condenados por crime hediondo, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.
condicional a condenados por crime hediondo, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.
Uma das medidas mais polêmicas é a que, na prática,
acaba com a maioridade penal. O projeto (PL 387/15) muda o Estatuto da Criança
e do Adolescente. Ao completar 18 anos, o criminoso continuaria a cumprir sua
condenação no sistema penitenciário comum. Segundo Fraga, a Justiça deve
analisar o discernimento de quem cometeu o crime.
"O menor não tem que ter idade para cometer um
crime. Se ele cometeu um crime e sabia que estava cometendo um crime, ele tem
que pagar pelo crime que ele cometeu. Esse método, essa lei é usada nos países
mais desenvolvidos do mundo."
Segundo Fraga, a Convenção sobre os Direitos da
Criança, da ONU, não estabelece a idade mínima para julgamento e punição e
deixa para os países a definição. Mas, segundo o especialista em ciências
sociais do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB Alexandre Pereira, há
vários estudos que mostram que a segurança pública no Brasil não se resolve com
leis como essa. Ele acredita que achar que um adolescente que vai para uma
entidade socioeducativa está impune é um erro.
"A impunidade se refere à incapacidade do
Estado não fazer com que aqueles que cometem crimes sejam investigados e
julgados. No Brasil, se você observar no geral, nem 10% dos homicídios chegam a
ser investigados."
Alexandre Pereira acredita que o foco de atuação do
Estado deveria ser o fortalecimento da polícia para aumentar sua eficiência no
combate à criminalidade.
O deputado Alberto Fraga também apresentou proposta
para tornar hediondo o assassinato de policiais (PL 234/15). Ele também quer
alterar (PL 367/15) o Estatuto do Desarmamento para acrescentar os explosivos
na lista de artefatos proibidos.
Reportagem
— Luiz Cláudio Canuto
Fonte:
Radio Câmara