quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Instalação de comissões sobre direitos trabalhistas está atrasada, diz Cunha

As medidas provisórias que mudam direitos trabalhistas e previdenciários foram enviadas no ano passado pelo Executivo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta terça-feira (24) que a instalação das comissões mistas para analisar as medidas provisórias (MPs) com mudanças em direitos trabalhistas e previdenciários (664/14 e 665/14) está muito atrasada.
Segundo Cunha, é preciso dar uma sinalização para os mercados econômicos sobre essas medidas, que fazem parte do pacote de ajuste fiscal do governo.
"São medidas que precisam dar sinalização para os mercados, já que as agências de risco estão todas, no próximo mês, para poder manter
ou não o grau de investimento no Brasil. Acho que a sinalização é votar, mesmo que tenha de ter algum ajuste, o ideal é que se vote rápido."
De acordo com Cunha, o início dos trabalhos das comissões deve ficar apenas para a próxima semana. Há uma divergência de qual critério será usado para definir quem deve ficar com a presidência e a relatoria das comissões mistas das medidas provisórias, se pelos blocos partidários, como foi na escolha das comissões permanentes da Câmara, ou pelos partidos de forma isolada.
Mais cedo, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães, do PT cearense, afirmou que os cinco ministros das pastas relacionadas às medidas provisórias virão conversar com as bancadas para esclarecer dúvidas e tentar aprovar os textos como o governo os enviou.
Segundo Guimarães, a estratégia é para acabar com a "firula" da oposição em aprovar convocações de ministros.
"O governo tem todo interesse de povoarmos esta Casa com a presença de ministros, seja nas comissões ou no Plenário. Não tem mais crise sobre isso."
A agenda das visitas será feita pelo governo, a partir dos pedidos das bancadas. Além do ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, virão os ministros do Trabalho, Manoel Dias; da Previdência, Carlos Gabas; do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto.
Doze líderes dos partidos de apoio ao governo discutiram nesta terça-feira (24), no gabinete do ministro Pepe Vargas, as medidas provisórias que alteram benefícios trabalhistas e previdenciários.
O líder do governo, José Guimarães, não descartou que possa haver modificações às propostas. Segundo ele, os líderes da base aliada sugeriram discutir outras medidas de ajuste fiscal para melhorar o caixa do governo, como a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas e a taxação do capital especulativo.
Reportagem — Tiago Miranda

Fonte: Radio Câmara