Desde 2011, quando trocou a faixa presidencial pelo pijama, Lula
visitou 30 países
Em treze
dessas viagens, o ex-soberano recostou-se nas melhores poltronas dos aviões,
hospedou-se em boas estalagens e descansou os cotovelos em mesas forradas com
esmero graças à generosidade de uma tróica de empreiteiras: Odebrecht, OAS e
Camargo Corrêa.
Deve-se a
revelação aos repórteres Fernando Mello e Flávia Foreque. A dupla conta que,
nas vezes em que deslocou-se a soldo, Lula esteve em países da África e da
América Latina. Ouvido, instituto que leva o nome do ex-presidente confirmou os
patrocínios. As empresas também. Mas todo mundo disse a coisa não é o que
parece ser...
O
morubixaba petista viaja para consolidar “a imagem e os interesses da nação
brasileira”, informa, por exemplo, o Instituto Lula. Presidente da entidade, o
companheiro Paulo Okamotto esclarece: “na esfera internacional, o Instituto
Lula tem como principais objetivos cooperar para o desenvolvimento da África e
apoiar a integração latino-americana.”
Considerando-se
o teor de mensagens diplomáticas apalpadas pela reportagem, os “interesses da
nação” estão sendo, por assim dizer, privatizados. “Ao associar seu prestígio
às empresas que aqui operam, o ex-presidente Lula desenvolveu, aos olhos
moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial
brasileira”, escreveu de Moçambique a embaixadora Lígia Scherer.
Lula
aterrissou na Bolívia, “com sua comitiva, em avião privado da OAS”, reportou o
embaixador Marcel Biato em telegram remetido de La Paz. Na época da viagem, a
OAS arrostava em solo boliviano protestos que a impediam de tocar uma obra
rodoviária de US$ 415 milhões. O presidente Evo Morales, com quem Lula se
reuniu, cancelou o contrato. Mas a construtora não saiu de mãos abanando.
Recebeuu uma compensação de U$ 9,8 milhões.
Embora
confirme as viagens, o Instituto Lula se nega a informar quanto as empreiteiras
retiraram de suas caixas registradoras para bancar os deslocamentos, a estadia
e a alimentação do seu patrono. São dados “de caráter comercial e privado, não
cabe divulgar valores.” Hummmm!
Enquanto
Lula vendia a própria garganta em palestras de R$ 300 mil, o negócio era
esquisito, mas ainda podia ser visto como comércio privado de lero-lero. Lula
gosta de jogar palavras ao vento. Se encontra quem o remunere, não está senão
mimetizando a turma da Casa Branca e o antecessor FHC. Porém…
Quando um
ex-presidente vai a um jantar da Odebrecht no Panamá e se levanta da mesa com
três pedidos e o compromisso de levá-los a Dilma Rousseff, pode fazer qualquer
coisa, menos consolidar “a imagem e os interesses da nação brasileira.”
Fonte: Estação da Notícia -
30/01/2015