O
líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), vai pedir à Comissão de
Ética da Presidência que avalie o afastamento do ministro do Trabalho, Manoel
Dias, suspeito de envolvimento num esquema para empregar militantes de seu
partido, o PDT, como "fantasmas" em uma entidade que recebia recursos
da pasta. Para o congressista, "o fato de a Polícia Federal solicitar
judicialmente uma investigação contra o ministro é suficiente para a
demissão."
Como
o jornal O Estado de S. Paulorevelou nesta
segunda-feira (3), a PF viu indícios da participação de Dias nas supostas
irregularidades e pediu à Justiça Federal em Santa Catarina que remeta os autos
ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura de um inquérito específico
sobre a conduta de Dias. Como
ministros têm foro privilegiado, só a corte em
Brasília pode autorizar investigações criminais sobre eles.
Bueno
criticou a presidente Dilma Rousseff pela "frouxidão" ao manter o
ministro no cargo, apesar das suspeitas. "O Palácio do Planalto precisa
demiti-lo o mais rápido possível. Acredito que a Justiça dará a resposta
necessária para o caso, mas isso pode demorar. A manutenção de Manoel Dias no
cargo representa um grande desrespeito com o trabalhador e com toda a sociedade
brasileira", disse o deputado.
Ex-integrantes
do PDT em Santa Catarina, em depoimento à PF, confirmaram ter recebido
pagamentos da ADRVale - entidade que era abastecida por recursos de convênios
com o Trabalho -, sem prestar serviços para ela. O suposto esquema foi
denunciado pelo ex-presidente da juventude pedetista em Santa Catarina, John
Sievers Dias, em entrevista ao Estadopublicada em setembro. Segundo
ele, a ordem para receber da entidade sem trabalhar foi de Dias, na época
presidente do PDT catarinense.
O
ministro nega as irregularidades, atribuindo as denúncias a "fogo
amigo". A ADRVale, hoje inativa, sustenta que não houve repasses para
"fantasmas" e que todos os funcionários listados em sua folha de
pagamentos trabalharam efetivamente.
Fonte: Agencia Estado