Líder do PMDB ataca Rui Falcão e defende fim da aliança com o PT
Em fev., líderes de partidos do "blocão" se
reúnem na casa de Eduardo Cunha, primeiro da dir. para esq. Sérgio
Lima-25.fev.2014/Folhapress.
Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha
(RJ) defendeu nesta terça-feira (4) o rompimento da aliança nacional do partido
com o PT. ...
Com críticas ao presidente do Partido dos
Trabalhadores, Rui Falcão, Cunha disse que o PMDB "não é respeitado pelo
PT" – por isso os peemedebistas devem repensar a união com o principal
aliado para as eleições de outubro. "A cada dia que passo me convenço mais
que temos de repensar está aliança, porque não somos respeitados pelo PT",
afirmou em seu perfil no Twitter.
Em entrevista à Folha, o peemedebista reiterou as
críticas e a defesa do fim da aliança ao afirmar que Falcão desrespeitou o PMDB
ao fazer críticas a lideranças da sigla. "Não preciso xingá-lo como
fizeram outras lideranças do PMDB porque não
sou igual a ele. Mas por onde
passa o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança", afirmou.
Cunha reagiu a supostas declarações do presidente do
PT que, durante sua passagem no Sambódromo no último domingo, teria afirmado
que o grupo liderado pelo deputado peemedebista está "insatisfeito"
porque não foi contemplado na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff.
O deputado disse que a bancada do PMDB da Câmara,
como decidiu coletivamente, não vai indicar nenhum nome na reforma ministerial
mesmo que o governo decida contemplá-la com uma pasta no primeiro escalão.
"A bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome
para substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão", alfinetou.
Cunha também disse que Falcão age de "má
fé" ao propagar versão de que a ala ligada ao deputado esteja negociando a
liberação de emendas parlamentares para destrancar a pauta de votações da
Câmara. "Não me compare com o que o partido dele fazia no RJ, doido atrás
de boquinhas", disse o peemedebista. O presidente do PT não foi encontrado
para comentar as declarações de Cunha.
AMEAÇAS
Liderada por Cunha, a bancada do PMDB da Câmara
decidiu adotar postura "independente" nas votações no Congresso desde
que Dilma manifestou a intenção de retirar do grupo uma pasta na reforma
ministerial. Os deputados decidiram não indicar nenhum nome à presidente e
articulam a formação de um "blocão" com partidos insatisfeitos com o
PT.
O grupo, capitaneado pelo PMDB, somaria mais de 250
dos 513 deputados – reunindo congressistas do PP, PR, PTB, PDT, Pros, PSC e o
oposicionista Solidariedade. Os governistas atacaram a falta de interlocução
com o governo, o rompimento de acordos para o pagamento das chamadas emendas
parlamentares, a interferência do Planalto na pauta da Casa, além de
privilégios ao PT e tratamento diferenciado para aliados no Senado –dentro do
próprio PMDB.
A presidente Dilma Rousseff deve indicar o senador
Vital do Rego (PMDB-PB) para o Ministério do Turismo, gesto que agrada à
bancada do partido no Senado. Em contrapartida, não pretende manter sob o
comando do PMDB da Câmara duas pastas que hoje são ocupadas por indicados da
bancada: Turismo e Agricultura.
Paralelamente, PT e PMDB enfrentam problemas no Rio
de Janeiro depois que os petistas confirmaram o lançamento da candidatura do
senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado. O PMDB vai lançar o
vice-governador Luiz Fernando Pezão, que não tem o apoio dos petistas.
Em retaliação à candidatura de Lindbergh, parte do
PMDB fluminense ameaça apoiar o presidenciável Aécio Neves(PSDB) – provável
adversário da presidente Dilma Rousseff. Falcão acompanhou o desfile no
Sambódromo, no domingo, no camarote do governador Sérgio Cabral (PMDB). No
Sambódromo, Pezão voltou a prometer apoio à reeleição de Dilma Rousseff
(PT).
Fonte:
GABRIELA GUERREIRO - Coluna Poder - 04/03/2014