Categoria também protesta contra acordo de reajuste salarial do
governo. Grupo marchou pelo Eixo Monumental no início da tarde desta quarta.
Um grupo de policiais militares ocupou a entrada da
Câmara dos Deputados, em Brasília, no início da tarde desta quarta-feira (26),
em ato contra a prisão de 12 PMs envolvidos na operação tartaruga e contra a
proposta de reajuste de benefícios do governo. ...
Os policiais marcharam pelo Eixo Monumental desde o
Palácio do Buriti. O ato acontece no mesmo dia em que uma comissão de PMs e
bombeiros se reuniram com o governador em exercício do DF, Tadeu Filippelli,
para discutir a reestruturação da carreira.
Segundo os PMs que participam do protesto, a comissão
não representa a categoria. Na reunião ficou decidido que o GDF tem até o dia 2
de julho para
enviar uma proposta de reestruturação.De acordo com o movimento, cerca de 500 pessoas participam do ato. Durante o ato, os manifestantes chegaram a gritar palavras de ordem como "abaixo a ditadura", "eu existo" e "liberdade".
Reajuste
No último dia 18, uma assembleia marcada por oficiais, realizada no Clube de Oficiais da PM, decidiu aceitar a proposta de reajuste feita pelo governo do DF à categoria. Na manhã da mesma data, outra reunião em frente ao Palácio do Buriti havia rejeitado o plano de reajuste e reestruturação da categoria.
O GDF ofereceu aos policiais militares reajuste de
22% nos salários escalonado em três anos, para aproximar os salários da PM com
os da Polícia Civil. No caso dos benefícios, os reajustes variam entre R$ 560,
para praças, e R$ 1,2 mil, para oficiais. Pela proposta, o pagamento será feito
com recursos do governo local, por meio de decreto.
Operação tartaruga
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Policiais militares entraram em operação tartaruga em
outubro do ano passado para reivindicar reajuste salarial, reestruturação da
carreira e pagamento de benefícios a PMs em atividade e policiais reformados. O
governador Agnelo Queiroz afirmou que o movimento tinha caráter político.
Por participação no movimento, doze policiais militares foram presos entre a última quinta e sexta (20 e 21). Os policiais presos são suspeitos de vários crimes militares, incluindo incitação à desobediência, incitação à violência e publicações indevidas. O primeiro deles, preso na noite de quinta, é um soldado suspeito de desacatar ordens de superiores.
Por participação no movimento, doze policiais militares foram presos entre a última quinta e sexta (20 e 21). Os policiais presos são suspeitos de vários crimes militares, incluindo incitação à desobediência, incitação à violência e publicações indevidas. O primeiro deles, preso na noite de quinta, é um soldado suspeito de desacatar ordens de superiores.
Segundo o corregedor-geral da PM, Civaldo Florêncio,
os policiais divulgaram postagens em redes sociais e espalharam e-mails sobre a
operação tartaruga. "Não se tratam de bandidos ou marginais. Essas medidas
visam reestabelecer a ordem e a hierarquia dentro da PM", disse.
A previsão é que os policiais fiquem presos por 30
dias, período que pode ser estendido até o fim do inquérito. Foram abertos
processos administrativos contra os policiais presos nesta sexta. Os processos
podem originar de advertência até a expulsão da corporação, explicou o
corregedor. Além disso, os policiais podem pegar até dois anos de prisão caso
sejam condenados.
A categoria ficou dividida depois que o GDF encerrou
as negociações sobre reajustes salariais publicando, na quarta, dois decretos.
Os líderes das associações decidiram em reunião não se posicionar contra a
medida, mas anunciaram que vão enviar carta de repúdio a Agnelo Queiroz.
Em um e-mail divulgado na noite de quarta, havia
orientações para que a categoria boicote as atividades. Entre elas, está até
mesmo dar informações incorretas a turistas estrangeiros durante a Copa do
Mundo, orientando-os a ir a lugares a mais de 40 quilômetros do
centro de Brasília, onde ocorrerão os jogos.
"[Sobre] informações aos turistas estrangeiros:
oriento-os de maneira incorreta (mande-os para o Sol Nascente, Águas Lindas,
Planaltina, Vale do Amanhecer etc.), e só os ajudem, claro, de forma incorreta,
se ele (estrangeiro) souber falar português (mesmo que o policial saiba falar
outra língua)", diz o e-mail que circula entre os PMs. O texto não é
assinado.
Diminuição de atividade policial
Com a operação tartaruga, o DF registrou queda na atividade policial em dezembro. O secretário de Segurança, Sandro Avelar, afirmou que houve redução de 40% no número de armas apreendidas no período, em relação às médias anteriores. Foram recolhidos 80 equipamentos, contra os cerca de 130 objetos geralmente apreendidos antes. Além disso, a um dia do fim do mês de janeiro, o número de homicídios no DF subiu mais de 40% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Com a operação tartaruga, o DF registrou queda na atividade policial em dezembro. O secretário de Segurança, Sandro Avelar, afirmou que houve redução de 40% no número de armas apreendidas no período, em relação às médias anteriores. Foram recolhidos 80 equipamentos, contra os cerca de 130 objetos geralmente apreendidos antes. Além disso, a um dia do fim do mês de janeiro, o número de homicídios no DF subiu mais de 40% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Fonte: G1-DF - 26/02/2014