Decisão liminar de ministro
do STF determinou pagamento.
Supersalários haviam sido suspensos após recomendação do TCU.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quarta-feira (19),
na reunião da Mesa Diretora da Casa, que o pagamento dos chamados
"supersalários" de servidores do Legislativo voltará a ser feito já
em fevereiro.
Os "supersalários"
são aqueles que os servidores recebem acima do teto do funcionalismo público,
atualmente acima de R$ 29,4 mil. Em outubro do ano passo, o TCU havia
recomendado a suspensão dos pagamentos no Congresso, que foi acatada tanto pela
Câmara como pelo Senado.
Porém nesta terça, o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou em liminar
(decisão provisória) que a Câmara dos Deputados e o Senado voltem a pagar o
salário.
“Nós acertamos com o presidente
do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vai ser uma decisão conjunta da
Casa. Uma decisão judicial tem que ser cumprida, portanto
temos que pagar neste
mês de fevereiro os salários de todos os servidores, já que ganharam do
ministro Marco Aurélio esta liminar”, disse Henrique Alves.
De acordo com Henrique, no
entanto, o pagamento dos supersalários não será feito de forma retroativa,
valendo apenas a partir da concessão da liminar na Justiça.
O presidente da Câmara também
informou que haverá um prazo de cinco dias para que servidores apresentem à
Casa seus argumentos contra a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de
cortar os salários pagos acima do teto constitucional.
No pedido contra a decisão do
TCU feito ao Supremo pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal
e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), o argumento era que a aplicação
do teto constitucional a servidores é "matéria altamente controvertida
[...], sendo imperioso viabilizar a ampla defesa e do contraditório".
“Ele [o ministro Marco Aurélio
Mello] defende o contraditório, o direito de defesa. Então, vamos dar essa
oportunidade, no prazo de cinco dias. E a partir daí, a diretoria da Câmara e
do Senado vão fazer um documento conjunto e remeter ao TCU, que foi o órgão que
determinou aquela providência que nós cumprimos. Vamos devolver ao TCU para que
possa rapidamente informar ao Judiciário, e votar no mérito essa questão”,
declarou Henrique.
Decisão liminar
O entendimento do ministro Marco Aurélio Mello foi de que os servidores não foram ouvidos antes da determinação de corte de vencimentos. De acordo com a Diretoria-Geral da Câmara, o impacto mensal dos "supersalários" é de R$ 11,036 milhões. Ao todo, 1.827 recebem acima do teto, sendo 786 ativos e 1.041 inativos. O número de servidores beneficiados pelos supersalários equivale a 31% dos 6.063 servidores da Câmara (3.360 ativos e 2.703 inativos).
Conforme auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), somente na Câmara, o prejuízo com o pagamento de salários irregulares soma R$ 517 milhões por ano. Nas contas dos técnicos da corte de fiscalização, 18,75% dos gastos da Casa com pessoal estão irregulares.
O entendimento do ministro Marco Aurélio Mello foi de que os servidores não foram ouvidos antes da determinação de corte de vencimentos. De acordo com a Diretoria-Geral da Câmara, o impacto mensal dos "supersalários" é de R$ 11,036 milhões. Ao todo, 1.827 recebem acima do teto, sendo 786 ativos e 1.041 inativos. O número de servidores beneficiados pelos supersalários equivale a 31% dos 6.063 servidores da Câmara (3.360 ativos e 2.703 inativos).
Conforme auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), somente na Câmara, o prejuízo com o pagamento de salários irregulares soma R$ 517 milhões por ano. Nas contas dos técnicos da corte de fiscalização, 18,75% dos gastos da Casa com pessoal estão irregulares.
Marco Aurélio Mello já havia
concedido o direito ao salário acima do teto a um servidor que fez pedido
individual, mas, desta vez, estendeu os efeitos da decisão a todos os
funcionários do Congresso Nacional, a partir de um pedido do Sindicato dos
Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União
(Sindilegis).
Na liminar, o ministro
determinou que, antes dos cortes nos salários, os servidores sejam ouvidos.
"Câmara dos Deputados e Senado Federal, em nenhum momento, intimaram os
servidores potencialmente afetados pelo cumprimento das decisões do órgão de
controle a se manifestarem nos procedimentos internos destinados a atender ao
que assentado. Em síntese, deixou-se de observar o contraditório necessário na
via administrativa."
Fonte: G1