O ex-governador José Roberto Arruda prestou, na tarde de quinta-feira
(28), depoimento no fórum do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Arruda foi arrolado como
testemunha de defesa na ação de improbidade administrativa movida contra o
ex-deputado distrital Leonardo Prudente. ...
O caso de Prudente foi um
dos mais rumorosos da Caixa de Pandora, porque ele é um dos personagens que
aparece em vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa, o delator do esquema de
corrupção revelado há exatos quatro anos, na Operação da Caixa de Pandora.
Em 27 de novembro de 2009,
Brasília parou em função do escândalo que derrubou do governo Arruda e seu
vice, Paulo Octávio. Crise que também abreviou o mandato de vários deputados
distritais.
Além de réus na ação penal
707, vários ex-parlamentares e
personagens centrais do esquema da Pandora foram
denunciados em ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério
Público do Distrito Federal.
Eurides Brito, Júnior
Brunelli, Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes (PR), Roney Nemer (PMDB) e
Rogério Ulysses foram condenados em primeira instância. Eurides e Brunelli,
inclusive, já tiveram suas sentenças confirmadas em segunda instância.
Leonardo Prudente é o
único ex-distrital que ainda não foi sentenciado nessa ação de improbidade. Ele
havia arrolado Arruda como uma de suas testemunhas de defesa. Mas a Justiça
teve dificuldades em citar o ex-governador, que mora em São Paulo.
Na tarde de quinta (28),
no entanto, o ex-governador compareceu ao fórum especializado em julgar os
processos por cartas precatórias, e prestou depoimento.
Arruda falou por cerca de
meia hora. Foi questionado, por exemplo, se Prudente, na condição de deputado,
já havia lhe pedido algo durante o exercício do governo. Arruda respondeu que a
única coisa que Prudente teria lhe pedido foi para asfaltar o Itapoã. E que
ele, Arruda, teria atendido ao pedido.
O ex-governador também
afirmou que as imagens em que Leonardo aparece recebendo dinheiro de Durval
foram gravadas antes de seu governo, assim como todas as outras que embasam a
denúncia da Pandora. Esse é um dos principais álibis de Arruda para reforçar a
tese de sua defesa de que teria sido vítima de uma armação política.
Para o Ministério Público,
o depoimento de Arruda é considerado contaminado, pois ele é parte interessada
na ação, já que é réu também no âmbito da Pandora.
Ainda há uma testemunha,
Lênio Vieira Carneiro, para ser ouvida no processo de Prudente. Mas a
tendência, agora, é que o caso tenha um desfecho em breve.
Fonte:
Lilia Tahan-Blog Grande Angular-Revista Veja Brasilia - 30/11/2013