quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pesquisas mostram quadro grave no DPF

Assédio moral e saúde dos servidores passa em branco

O delegado Marcos Leôncio Ribeiro da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nesta segunda-feira (23) pesquisa sobre as atuais condições de trabalho dos policiais federais em todo o país. O levantamento foi divulgado poucos dias depois da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) tornar pública uma nota de repúdio às perseguições aos agentes que participaram da Operação Esopo da Polícia Federal (PF), que revelou um esquema de fraudes em licitações no Ministério do Trabalho. ...

Comparativo

Participaram da pesquisa online 331 Delegados da PF em 27 estados. Na pesquisa realizada pela Fenapef, foram cerca de 1.800 participantes, entre
Agentes, Escrivães e Papiloscopistas.

Na pesquisa da ADPF, foram abordados quesitos como estrutura física e recursos humanos e materiais disponíveis para a realização dos trabalhos. Segundo a pesquisa 96,37% dos delegados consideram insuficiente a quantidade de servidores administrativos. A falta de serviço médicos e psicológicos foi reclamada por 68,31% dos profissionais. 64,94% deles afirmam não se sentirem estimulados na sua rotina e 61,03% dos profissionais ouvidos não se sentem devidamente reconhecidos.

Já na pesquisa realizada pela Federação, 89% dos policiais afirmam haver controle político nas operações da PF, quase 70% dos servidores consultados considerou a sua administração péssima, 94,34% policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos na Polícia Federal é um castigo pelas investigações sobre corrupção.

Em outra pesquisa realizada pela Federação, 86,53% dos 2360 Escrivães, Agentes e Papiloscopistas avaliam que não estão bem no trabalho e apenas 13,47% mostraram-se satisfeitos com o serviço. Ao todo, 69,03% entendem que o ambiente de trabalho prejudica a saúde dos federais - 30,30% responderam que por causa da atividade se submetem ou já se submeteram a tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Assédio Moral 

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Flávio Werneck, as pesquisas mostram um quadro grave no funcionamento do Departamento de Polícia Federal. `As duas pesquisas mostram que o ambiente de trabalho na Polícia Federal está degradado e mereceria toda a atenção dos gestores do órgão. A maior diferença entre as pesquisas se encontra no prejuízo à saúde dos Policiais Federais e no assédio moral indicado pelos índices apresentados`, afirma Werneck.

Em reportagem publicada pela revista Isto É, o número de suicídios dentro da corporação aumentou drasticamente no último ano e os casos são em decorrencia do assédio sofrido pelos servidores associado ao completo descaso e desconhecimento dos seus gestores.



Fonte: Fenapef - 26/09/2013