quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um mês depois, manifestantes avaliam legado de megaprotestos

Analista diz acreditar em um novo protagonismo surgindo dos protestos brasileiros


Denis se converteu em uma liderança comunitária depois de organizar uma caminhada pacífica; Bruno diz que as coisas estão mudando, mesmo sem saber se para melhor ou pior. E Lucio avalia que sua geração saiu da "sonolência" política.

Eles são alguns dos jovens que engrossaram as multidões que tomaram as ruas do país na onda de manifestações que se espalhou por todas as regiões do Brasil.

Exatamente um mês atrás, em 17 de junho, os protestos alcançaram diversas cidades brasileiras e culminaram com a tomada do teto do Congresso Nacional pelos manifestantes de Brasília; poucos dias depois, em 20 de junho, a multidão que
saiu para protestar foi estimada em mais de 1 milhão de pessoas em todo o país. ...

Mas até onde vai o impacto da mobilização vista em junho na vida dos jovens do país? E qual é o papel que eles veem para si nos rumos da política do país?

"Essa geração, que já é a maior parcela da população brasileira, assumiu um novo tipo de protagonismo, e acho que isso é irreversível", opina à BBC Brasil o cientista político Paulo Baía, da UFRJ.

"Eles não têm a obrigação de serem gratos pelo fim da hiperinflação como a geração anterior. Demandam reconhecimento, respeito, participação no processo decisório", diz Baía.

"Mas as instituições comuns não os representam neste momento. São pessoas que sabem o que não querem e estão abertas a possibilidades" - mesmo que essas possibilidades ainda não estejam totalmente claras, acrescenta o acadêmico.

Fonte: BBC Brasil em São Paulo - 17/07/2013