É piada velha, mas o ano
no Brasil começa só após o Carnaval. Pelo menos para alguns setores da
sociedade. Para a maior parcela da população, 2013 é uma realidade desde a
chegada das listas de material escolar, das faturas de cartões com os gastos de
dezembro, do aumento nos combustíveis...
Na política e na economia, o ano ainda vai começar. Janeiro e fevereiro são meses perdidos. As decisões sempre ficam para depois da festa carnavalesca. O país se dá a esse luxo.
Passada a ressaca do Carnaval, as coisas começam a acontecer. O governador Agnelo Queiroz está confiante. Não é para menos. O Buriti, finalmente, vem construindo uma pauta positiva. Vai desde a entrega do Estádio Nacional, em
abril, às mudanças no sistema de transporte coletivo, passando pela construção
dos estacionamentos subterrâneos na Esplanada dos Ministérios.Na política e na economia, o ano ainda vai começar. Janeiro e fevereiro são meses perdidos. As decisões sempre ficam para depois da festa carnavalesca. O país se dá a esse luxo.
Passada a ressaca do Carnaval, as coisas começam a acontecer. O governador Agnelo Queiroz está confiante. Não é para menos. O Buriti, finalmente, vem construindo uma pauta positiva. Vai desde a entrega do Estádio Nacional, em
Dinheiro não falta. O caixa do GDF nunca esteve tão cheio. Agnelo tem em suas mãos o maior orçamento da história do Distrito Federal. É coisa de mais de duas dezenas de bilhões de reais. Só não vira o jogo se não quiser. Ou se errar a estratégia.
Agnelo também comemora, pela primeira vez, um longo período sem problemas em seu governo. Os aloprados do PT e do PCdoB deram um tempo. Os dois primeiros anos foram turbulentos. E assim ninguém consegue governar.
O governador tem ainda outro motivo para estar otimista. A Câmara Legislativa nunca esteve tão afinada com o Executivo. O atual presidente, Wasny de Roure, é mais alinhado ao Buriti e não deve repetir as trapalhadas dos anos anteriores.
A oposição também deve dar um sossego a Agnelo. Ela precisa definir ainda em 2013 quem irá enfrentar o petista nas eleições do próximo ano. O que não falta são candidatos. E eles não se entendem. Aí fica difícil construir uma aliança para tirar Agnelo do Buriti.
O mais provável é pelo menos três candidaturas de oposição. Uma sairá da base aliada do próprio Agnelo e vai ser capitaneada pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB). O senador Cristovam Buarque e o deputado federal José Antonio Reguffe, ambos do PDT, também são citados.
Outra candidatura, mais à esquerda, será de Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol, que teve surpreendentes 14% dos votos nas eleições de 2010, com quase 200 mil votos. A estratégia do PSol é a mesma do PT nos seus primeiros anos: lançar candidatos a tudo em todas as eleições. Assim, Toninho vai de novo para o sacrifício.
Na direita, tudo indefinido. Surgem como alternativas as deputadas distritais Eliana Pedrosa e Liliane Roriz, ambas do PSD, e os deputados federais Pitiman (PMDB) e Izalci Lucas (PSDB). Fala-se ainda do vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB)
A grande novidade da eleição de 2014 pode ser a repetição. O ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) estuda ser candidato ao Palácio do Buriti. Se a justiça deixar, ele entra forte na disputa e arrasta muito apoio.
Se houver acordos entre algumas das frentes, a oposição se fortalece. Há tempos que Rollemberg vem flertando com o apoio da família Roriz. A mira do senador é levar Liliane de vice, que por sua vez não abre mão da cabeça de chapa.
Agnelo assiste a tudo e monta também o seu xadrez político. Acredita que Arruda não conseguirá se livrar da justiça. Sabe que o PSol sozinho não é uma ameaça. Nas suas contas, o PMDB de Filippelli está bem atendido no GDF e a repetição do acordo de 2014 depende da generosidade do governador.
O controle sobre Rollemberg vai depender do que for acertado entre o ex-presidente Lula e o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Se não tiver acordo, o senador vai às urnas contra o PT. É forte, mas precisa formar um grupo político. Sozinho, vai virar um Toninho.
Agnelo trabalha para atrair o PSD para o governo. Se conseguir, Eliana e Liliane tendem a deixar a legenda. Assim, Agnelo cria problemas para as duas deputadas. Problema que pode até virar solução, dependendo para qual legenda elas migrem.
Já Pitiman e Izalci trabalham para viabilizar as candidaturas. O primeiro vai precisar mudar de partido. O PMDB não vai lhe dar legenda, a não ser que seja uma imposição de cima para baixo. E isso não deve acontecer. Já Izalci tem abrigo no PSDB, mas não tem um palanque forte.
Com os cofres cheios, obras para entregar, a companheirada e os camaradas sob controle e a oposição ocupada, Agnelo pode colher frutos que lhe dará fôlego para a reeleição. 2013 começou.
Por
Ricardo Callado
Fonte:
Blog do Callado - 11/02/2013